quarta-feira, 30 de março de 2011

HISTÓRIA DO BANQUINHO DO XADREZ

                           AS ORIGENS
De acordo com uma antiga lenda, o Banquinho do Xadrez remete suas origens ao próprio deus Marte Karamázov. Enquanto Remo M. Karamázov foi colocado no rio Tibre para ser salvo da ira de Amúlio (seja lá quem tenha sido este fulano!), um segundo filho de Réia Silvia Karamázov com o deus mítico, Rômulo M. D. Karamázov, uma criatura bisonha nascida com um prematuro e anormal bigode grisalho, que vomitava nas babás e amas-secas com uma risadinha infanto-diabólica debochada, foi deixado no Córrego dos Bagres, entregue ao "deus Dará". Essa criatura, de acordo com a lenda, foi encontrada e criada por capivaras que habitavam a região do clube Castelinho. Assim, a criança "vingou", cresceu e, inspirada agora pelo deus Hephaistíon (deus do trabalho suave), cumpriu a missão de fundar a cidadela do xadrez.
Algumas lacunas deste épico podem ser preenchidas por relatos colhidos sob os métodos da história oral. Ambos, Rômulo M. D. Karamázov  e Remo M. T. Karamázov, foram alimentados diretamente pelas capivaras selvagens; animal símbolo dos enxadristas do Banquinho do Xadrez.



Acima: Rômulo Mauricín Delfos Karamázov e Remo Mau Teacher Karamázov, lendários fundadores do Banquinho do Xadrez. Nesta época remota os menininhos ainda não sabiam distinguir uma loba de uma mulher, ou uma capivara. Mas farejavam de longe uma teta, por isso a gula explícita pela vitória, pecado que carregam desde então em tempo integral.

Abaixo: alguns instantâneos de Bibí Palhacín Killer, outro "Father Founding" do Banquinho do Xadrez.

Aqui temos Bibí Palhacín Killer, bem-humorado, após uma vitória contra seu arquiinimigo de nascença, Mau Karamázov.

Já aqui, temos o mesmo Bibí Palhacín Killer, irritado, após uma derrota contra Tozinsky, que ousou, com arrogância, dar nota Z ao último lance de Palhacín
O "humilde" Tozinsky quase perdeu a vida nesta ocasião.
Seja sincero. Você contrataria este "animador de festas" para seu aniversário?

Essa é a lenda, porém. Em 2008, foi encontrada farta documentação (cartas, bilhetes, fotografias...) referente à Franca do século XIX. Esse acervo nos permitiu reconstruir os pormenores da verdadeira História dessa importante “instituição”: o Banquinho do Xadrez.
Assim, sabemos que em meados do século XIX o local era ponto de descanso de pastores de capivaras. Mauricius Karamazov I e seu servo levavam as capivaras de onde é hoje o Castelinho para o atual bairro da Santa Cruz. Entre um descanso e outro, enquanto assistiam os bichinhos pastarem, divertiam-se em longas partidas de xadrez. De acordo com os registros era um costume entre esses pastores chamarem as capivaras com uma risadinha satânica e estridente.
Dez anos depois apareceu naquelas paragens um refugiado do Japão, que escapou por pouco de ser decapitado após ter relações sexuais com a mulher de um chefe Samurai. Celsus Kinder Lama logo travou amizade com o Karamazov e tornou-se seu discípulo. Enquanto aprendia as artes do xadrez tentava converter o incrédulo amigo ao budismo.
Tudo transcorreu em paz até 1900, quando se mudaram para os arrabaldes a família Warrior e os Tozinskys. Os Warriors era uma tradicional família de altos magistrados católicos que fugiram da Inglaterra por perseguições religiosas. Já os Tozinskys eram anarquistas russos fugidos da Okhrana (polícia política czarista).
Os Tozinskys recusavam-se a respeitarem os limites da cerca dos Warriors, que por sua vez nutriam uma “natural” aversão pelo ateísmo e “maus modos” dos vizinhos. O desentendimento quase chegou as vias de fato quando o patriarca Tozinsky derrubou a cerca de arame farpado que separava as duas propriedades. A tragédia só não se consumou pela intervenção do mestre Celsus Kinder, que convidou ambos a levarem as desavenças para o tabuleiro.
Tudo corria a contento até o dia em que o cachorro dos Tozinsky, um vira-lata russo chamado Pulgarov, morto de fome que estava, destroçou o tabuleiro e engoliu as peças do xadrez.
Algumas semanas tediosas se passaram até que chegou ao local um comerciante judeu-alemão, Klaus Von Celsius. Trazendo todo tipo de mercadoria d’além mar, entre um causo e outro Klaus apresentou uns tabuleiros de plástico dizendo serem relíquias da casa dos Habsburgo. Apesar da origem suspeita (na caixa estava escrito: juego de ajedrez), o fato é que os tabuleiros inauguraram uma nova Era no Banquinho do Xadrez.
Outros documentos ainda estão sendo estudados e logo esperamos publicar os próximos capítulos dessa História.
  PULGAROV: que recusou o convite para ser mascote do clube Banquinho do Xadrez, alegando problemas pessoais (toxicomanias em geral, e ameaça de prisão, carrocinha ou canil  por abandono de famílias e pensões alimentícias atrasadas!)
    Primórdios do Banquinho do Xadrez. Membros reunidos para a foto de formatura.




By: Saimov Hobsbawm
Colaboração: Dud's Deutscher

domingo, 27 de março de 2011

HOMO ANONYMUNS


Despertou com os primeiros raios de sol que entraram pela caverna. Não especulou ou inquietou-se com aquela “bola” amarela que aparecia diariamente, apenas murmurou algo que para nós seria um “gosteeeiii”.
Certa inquietação nas entranhas colocou-lhe em movimento. Saiu da caverna e foi em busca de algo que apaziguasse o incomodo. Encontrou uma espécie de castanha, colocou na boca, apertou os dentes...”Não gosteeeii”.
Encontrou alguma carniça por perto mesmo e não se deu a maior trabalho. Apesar de ver alguns outros que quebravam as castanhas, “não tinha tempo para bobagens” e preferiu ficar com os restos.
Mais adiante umas ancas largas chamaram-lhe a atenção, chegou por trás e satisfez em alguns segundos sua outra necessidade. “Gosteeeiii”. Era o ápice do contentamento e assim voltou a caverna.
Agora a dor era cortante, rasgava-lhe o ventre. Algo precisava sair e não era ele. Agachou ali mesmo na caverna e cagou gostosamente. “Gosteeeiii”. Algum tempo depois percebeu as moscas rondando o fruto de sua obra e teve o que hoje chamaríamos de um insight. Seus olhos brilharam, a mente fervia...Afastou-se alguns metros para fugir do incômodo e dormiu. Não tinha “tempo para bobagens” como tirar a merda da caverna.
O Homo Anonymuns passou seus dias assim, comendo, cagando, dormindo e “gostaanndo” ou “não gostaanndo”. Não construiu ferramentas e tampouco tirou as próprias fezes da caverna. Não sabemos bem o que aconteceu com essa espécie, mas especula-se que tenha sido extinta pela fome ou por alguma epidemia causada pelo seu hábito de ter por alcova os próprios excrementos.

                                                                                      SAIMOV

CARTA ABERTA AO “ANÔNIMO”

Amigo (a) anônimo (a), apesar de parecer um adepto do culto dos instintos e impressões, uma vez que despreza as tentativas de reflexão, use um pouco o que a seleção natural lhe deu e pondere. Como alguém pode querer "parecer inteligente" escrevendo em um blog lido apenas por meia dúzia de amigos? Não tem sentido, concorda?
Quando tentamos nos aprofundar um pouco na discussão de algum tema, o fazemos não por fetiche, mas sim buscando desenvolver o raciocínio crítico e independente (na medida em que isso é possível). É uma forma de colocar nossas idéias a prova da crítica e assim, descarta-las, aprimora-las ou consolida-las.
Respeito imensamente a diversidade de opinião, porém, desprezo essa postura de "não gostei", ou "isso é bobagem", pois no meu entender ela joga na lata do lixo milhares de anos de "esforço" e sangue vertidos pela seleção natural. Não seja ingrato para com seus ancestrais e faça um melhor uso da "massa cinzenta" que lhe legaram.
Passe do “reino das impressões” e dos “instintos” para o reino do “pensamento racional”. Sinceramente, com essa postura que tanto exalta não teríamos nem saído das cavernas.

SAIMOV

quinta-feira, 24 de março de 2011

CARTA ABERTA À DUD'S TOZINSKY

Escolha suas armas. Já escolhi as minhas. Chame seus padrinhos, já convoquei os meus. Taco minhas luvas em sua face e o desafio a uma revanche. Não mais terei condescendência. Quero a cabeça de vosso rei sob o fio da minha guilhotina. Dessa vez só abandonarei o "tabuleiro" quando ele estiver imerso em vosso sangue ou quando vossas armas verterem o meu.

- Sei. Certo, mas pareces mais assustado que da primeira vez, simulando esta "amedrontadora" intrepidez sanguinária. "Sangue!". Tu desmaias só de olhá-lo! Isto para não falar dos "gases" intestinais que confundes com sintomas de infarto, preocupando o Srº "Breda". Que houve? Andas bebendo é? Sou seu amigo, mas se queres apanhar em público, novamente, é porque deves ter um motivo razoável. Vou ajudar-te menininho. Amigo é para essas coisas também.           Dud's.

SAIMOV (BRANCAS)                          TOZINSKY (NEGRAS)
                                                                  
 1- P4R                                                     1- CD3B
 2- P4D                                                     2- P4D (Haja paciência...!)
 3- P5R                                                     3- BD4BR
 4- BR5CD                                               4- P3BR 
 5- BxC (XEQUE)                                    5-PxB (No problemo)
 6- P4BR                                                   6- C3TR
 7- C3BD                                                  7- P3R
 8- P3TD                                                    8- P4BD
 9- CR2R                                                  9- B2R
10- PTR3T                                                10- 0-0 (Roque pequeno).
11- PCR4C                                               11- B3CR
12- PBR5B                                               12- PxP (O QUE AMEAÇA O BISPO?)
13- BxC (certo!)                                        13- PxB(tá?)
14- P4CRxP                                              14- P3BRxP5R
15-C2R3C                                                 15- B5TR(cravando cavalo)
16- O-O                                                     16- D4CR
17- D4CR                                                  17- D6R+(Xeque)
18- R2T                                                     18- DxC+
19- DxD                                                    19- BxD+
20-RxB                                                      20- BxP5BR
21- CxP                                                      21-BxP2BD
22-C7R+                                                    22- R1TR
23- TxT+                                                    23-TxT
24- PxP4R                                                  24- T1R(Atacando knight)
25- C6BD                                                   25- B5TD
26- C5T                                                      26- TxP5R
27- T1CR                                                   27- T4CR+
28- R2T                                                      28- TxT
29- RxT                                                      29- P5BD
30- CxP                                                       30- B4CD
31- C5R                                                      31- P3B
32- R2B                                                      32- R2C
33- C7D                                                      33- P3TD
34- P4C                                                       34- R3CR
35- C5BD                                                   35- R4BR
36- R3C                                                      36- P4TR
37- P4TR                                                    37- R4R
38- C7D+                                                    38- R4BR
39- C5BD                                                    39- P3TR
40- P4T                                                        40- B8BR
41- C3C                                                       41- B6TR
42- RxB                                                       42- P4R
43- C5T                                                       43- R5D
44- CxP +                                                    44- R5BD
45- PC5C                                                     45- PxP
46- P5T                                                        46- R4BD
47- C4C                                                        47- RxC
48- P6T                                                         48- R6BD
49- P7T                                                         49- P5CD
50- P8T=D                                                    50- P6CD  
51- D1TD+                                                   51- P7CD
52- D1CD                                                     53- Pretas abandonam 

SAIMOV VENCE.                                                        

quarta-feira, 23 de março de 2011

Os Dez Mandamentos de São Bobby Fischer

 O ermitão e enxadrista capivara Dud's Tozinsky Sinatra, a humildade em pessoa, subiu o ‘Monte Entulhos’  ( um lixão desativado nas proximidades da caverna onde habita), em busca de sossego e ar puro para refletir, meditar e maquinar sobre como xeque-matar "M. Delfos Karamazov" . Subitamente, o eremita sentiu-se mais tonto e abobado que o habitual, intoxicado, talvez, pelas emanações sulfúricas  e necrochorumimosas do local cujo aterro encobre um antigo cemitério indígena ( para usar um velho clichê!). 
   Os abutres que o rodeavam transformaram-se, diante de seus esbugalhados olhos, em pombas brancas, e as galinhas pretas, em lindos colibris, e o beato eunuco entrou em transe místico, numa paradoxal epifania ateísta,  recebendo do esplendoroso São Bobby Fischer, de quem é devoto, os seguintes "mandamentos", a serem transmitidos aos desvirtuados e auto-idólatras membros do "Banquinho do Xadrez"; especialmente ao Srº Mauricín D. Karamazov:

1- Não ganharás de Tozinsky; mas se ganhares, não sejais jactancioso.
2- Não tomarás a Dama de Tozinsky; a menos que ele se divorcie voluntariamente dela.
3- Não humilharás Tozinsky no tabuleiro; para que a ira de São Fischer não recaia sobre vós! 
4- Não tomarás em vão os peões de Tozinsky.
5- Honrarás Tozinsky em suas vitórias; e o parabenizarás em reverente genuflexão.
6- Não darás "Duplo de Cavalo" nas peças de Tozinsky.
7- Não darás "Xeque Descoberto" no monarca de Tozinsky.
8- Não "cravarás", com os Bispos, as peças de Tozinsky.
9- Não promoverás peões à Dama contra Tozinsky.
10- Não cobiçarás o Rei de Tozinsky.
                                           
Portanto, cumpra-se!
     
Psicodelicamente pseudo-psicografado: Robert J. Fischer.

terça-feira, 22 de março de 2011

Show de Calouros (ou de horrores...)

Bom dia, Senhoras!
Domingo último foi um dia verdadeiramente atípico, um show à parte (de horrores, mas ainda assim um show)!
Após a costumeira missa dominical, dirigi-me ao já famigerado calçadão em busca de uma vítima que pudesse alegrar meu pacato início de noite naquele domingo enfastiado de “faustões” e jogos de futebol horríveis.
Chegando ao calçadão, o Sr. Maurílio “Kara Mauzóvisky” estava lá de bobeira tentando encontrar o sentido filosófico da vida e procurando algum algoritmo que explicasse o caminhar das pombas gordas do centro da cidade. A verdade é que ele não tinha nada pra fazer...
Então começamos a jogar uma partida de xadrez que, mais uma vez, se mostrou ferrenha, mas ao final prevaleceu a soberania típica dos ilustres membros da família Guerreiro e, assim, Maurílio “Kara Mauzóvisky” mais uma vez afundou sucumbindo diante da supremacia deste Rafael Warrior que vos fala!
Embora a partida tenha sido magistral e eu tenha mostrado ao Sr. Maurílio quem é que manda (o que por si só já é um show a parte), outros dois personagens curiosíssimos roubaram a cena em pleno centro da cidade e dominaram os olhares dos curiosos e os holofotes incessantes dos paparazzi que se esbaldaram com toda a irreverência, talento, formosura e escrotisse que brotavam das cabeças desses dois personagens.
Falo agora dos espetaculares Dud’s Chupinsky e Evaicair, que juntos formam essa dupla de cantores composta por 3 integrantes (os dois e a esperança de um dia serem reconhecidos internacionalmente).
Essas figurinhas carimbadas nos abrilhantaram mais uma vez com sua maestria e afinação típica dos grandes talentos. Silvio Santos precisa conhecê-los (o futuro dos shows de calouros depende disso). O Pedro de Lara então daria um beijo na boca de cada um e com direito a um esfreguinha do seu lindo bigode típico!
Os dois são verdadeiramente inovadores dentro do universo abstrato e incompreensível que forma a mente complexa e sem noção dos artistas amadores.
Bem, a performance praticada por estes dois palitos de picolé premiados foi realmente inovadora. Eles demonstraram total intimidade com a pelota! Conseguiram interpretar Kurt Cobain no maior estilo Folia de Reis (tenho certeza de que o cara se contorcia de cólicas no túmulo enquanto os dois espinafravam com todas as criações nirvanescas...).
Ok, ok...falando sério agora, foi uma tristeza escutá-los...Insuportável, desrespeitoso com os bons costumes e com a moralidade pública, um crime! O show de horrores protagonizado por estes dois Ronaldinhos dos álbuns de figurinha da copa foi um fiasco público de proporções tsunamescas...um cataclisma dos tímpanos.
O Sr. Evaicair, após filosofar sobre as peculiaridades cósmicas da consciência humana (algo que ninguém compreendeu até agora) começou subitamente a cantar em línguas estranhas (algum elo perdido entre o Húngaro e qualquer outro dialeto que lembre a língua do Capeta).
Ninguém entendeu muito bem, aliás, ninguém entendeu nada de nada sobre como o Sr. Evaicair conseguiu viajar até planetas distantes e civilizações alienígenas e de repente voltar tentando, mas só tentando, cantar Nirvana em alguma língua do Capeta e em ritmo de Folia de Reis.
Mas o pior de tudo é que esse ser humano sui generis encontrou um parceiro. Isso sim é o mais espetacular e sensacional de tudo!!! Quando as pessoas menos transtornadas daquele lugar já cogitavam ligar para a ambulância do Allan Kardec para vir colocá-lo dentro de um aconchegante modelito de camisa com fivelas e mangas compridas, eis que surge das sombras Dud’s Chupinsky que, além de acompanhar o Sr. Evaicair, conseguiu igualmente cantar nessa língua que faz assombro ao Demônio.
E aí começaram as peraltices e malucagens típicas de mentes insanas e perturbadas. Os casais de namorados que passavam por ali olhavam assustados, os pais de família que passavam com seus filhos tapavam os ouvidos e os olhos de suas crianças tentando poupá-los daquela cena grotesca, as velhinhas que saíam da missa seguravam forte no terço e os evangélicos tentaram até exorcizar aquelas duas figuras. Mas não teve jeito, os dois entraram em êxtase e só pararam quando já tinham perturbado até mesmo os espermatozóides dentro dos sacos dos que ali estavam presentes.
E no meio dessa salada que misturava Show de Calouros com insanidade mental, estava eu tentando jogar agora com o Mauricim...Aí não tem cristão que aguente e acabei perdendo o jogo e o resto da noite de domingo, porque o som emitido por estes dois “calouros” reverberou no meu tímpano noite a fora...Ultrajante!!!
Essa dupla de 3 é mesmo uma pérola negra, a bolinha de gude azul que nenhum pirralho conseguia ganhar, a onça pintada do chocolate Surpresa, a figurinha que faltava no álbum Pantanal do chiclé Ping Pong, a última bolacha do pacote!!!
Ah!, Ana Hickmann...Que falta me faz vê-la capotando no Sambódromo...Isso sim é tosquisse profissional...O resto, bem, o resto é Dud’s e Evaicair...

Rafinha Warrior

sábado, 12 de março de 2011

Notificação à Vigilância Epidemiológica municipal.


   Informe urgente dos editores aos membros, simpatizantes e afins, do Blog “Banquinho do Xadrez”.


   Nós, editores do Blog "Banquinho do Xadrez e outras futilidades”, viemos através deste amorfo informe comunicar as autoridades municipais, e alertar nossos membros, sobre o possível surgimento de uma nova pestilência viral. Mais uma ‘virose’ comunitária para lotar o já sobregarregado P.S de Referência!. Em virtude de nosso respeito e compromisso para com as leis “orgânicas” do município, e sabedores de nossa importantíssima  função social, participamos aos interessados um provável surto de “Sinucarréia”.  A enfermidade também tem sido chamada, por falta de nome científico adequado, de “Gripe do Gambá”!

     Indícios deste surto foram identificados no recinto conhecido como “Snooker do Miguelzinho”. Indivíduos infectados com o vírus da “Gripe do Gambá”, enfermidade que maltrata por tabela os narizes alheios, causando desconforto geral, estão disseminando a moléstia entre os freqüentadores do recinto. O foco da epidemia parece, infelizmente, estar centrado entre os membros do “Banquinho do Xadrez”, já que foram eles os primeiros a apresentarem os sintomas e manifestações associados à nova doença!! O caso zero parece, mais uma vez, ter relação com o continente negro, a África. Para preservar a privacidade e identidade dos portadores e enfermos, nos referiremos a eles apenas pelas iniciais. 
   Pois bem. O primeiro a manifestar os desagradáveis sintomas da Gripe do Gambá foi o amigo R.S, mais conhecido pelo vulgo “Ebola”(ops!). O vacilão contraiu  a moléstia sabe-se lá onde, e se tornou o paciente zero, corroborando as suspeitas das investigações preliminares sobre a origem da fétida virose. Assim, ao ter entrado em contato indireto (muito indireto, Graças ao Pai Eterno) com o citado paciente zero no citado recinto, o colega conhecido como D’sT (sigla também suspeita), ou D’sT Sinatra, como ele modestamente prefere ser chamado, adquiriu a moléstia, vindo a apresentar os mesmos sintomas do 'paciente zero' na noite de 4 de março, em pleno carnaval, tornando-se portanto o ‘paciente um’. Em entrevista dirigida por ele à ele mesmo, o agora convalescente e perfumado D’sT, deixou-nos um relato vívido e comovente dos estranhos e catinguentos sintomas:

    “(...) Cara! Tudo começou com uma sensação mental de que me era possível entender a "essência" (sic) da desordem das bolas na mesa, e que eu teria o poder de ajeitar tudo, e encaçapar a todas as bolas jogando a esmo!! Muito louco cara! Tudo, de repente, adquiriu um sentido maior, e pareceu-me que minha predestinada missão na vida era encaçapar tudo à minha frente! Então fui metendo o sarrafo nas bolas e elas foram caindo (...), nisso os capivaras presentes começaram a tampar o nariz (...), na hora não entendi a razão, só sei que logo depois comecei a ouvir o zumbido daqueles mosquitinhos “beira cú” no ouvido! Parecia que eu estava cercado por uma nuvem deles. E acho que estava mesmo! Irado véio! Eu também notei durante a semana que passou que meu cachorro e meus colegas de serviço se distanciavam de mim com o focinho e os narizes torcidos ou tampados. Alguns até se aproximavam, mas com máscaras protetoras. Inocentemente atribuí este comportamento anti-social dos amigos às  repugnantes manifestações do “envelhecimento veloz e precoce” que eu estaria sofrendo, segundo hipótese aventada pelo amicíssimo geriatra, psicoterapeuta,  técnico em leis, códigos, normas e "comportamentos politicamente corretos" ( e enfadonhos), Srº‘Rafa MINI warrior’; com o qual, por sinal, troquei farpas a semana inteira também... Ontem, depois de ter visto os “espirros” nos tacos,  e os “jatos” fétidos seqüencialmente emitidos por C. Krueger, parecidos com aqueles dos gambás, passei a compreender que tudo era efeito colateral da moléstia sobre o meu já deteriorado sistema nervoso, e sobre meus odores corporais, rsrsrsr... Mas foi um alívio tomar consciência disso; ao mesmo tempo em que não foi...(sic). O “Japa” também parecia ter passado pela "Sauna Chiqueiro" antes de descer para o Bar. Foi chato, mas tive até de perguntar à ele se sabia onde ficava o banheiro do recinto; assim tipo uma indireta, sabe? Só sei que a cada espirro de taco e bola caindo na caçapa, o cheirão exalava! Ninguém merece!

   Percebe-se através deste confuso relato que o hospedeiro/portador/transmissor/ convalescente e matador de bolas "D'sT", ainda não obteve a cura completa! Confrontando esta narrativa com o relato seguinte, tomado ontem à noite á um infectado no mesmo recinto, indivíduo já citado, o efeito dos danos ao SNC causado pela moléstia são expostos de forma inequívoca!  Os doentes da “Gripe do Gambá” apresentam, além da fedentina, excitação e euforia alternadas com irritabilidade e megalomania. Seus peitos se estufam como o de pombinhos copuladores, e os enfermos podem ter acessos de riso incontroláveis. Acompanhem o relato fornecido pelo membro nipônico do grupo, J. Cavalín.L,  ao ser questionado sobre se suas flatulências tinham algo a ver com as encaçapadas ininterruptas e de aspecto aleatório,  provavelmente resultado fortuito da força e mira desleixada imprimida ao taco, refletindo-se no rumo casual  que as bolas tomavam em direção às caçapas, o mais óbvio; ou se eram "desarranjos"  próprios dos efeitos colaterais de um possível contágio:

   “Não é nada disso não!! Manézão!! Vocês brasileiros não compreendem o ethos (sic) nipônico. Devido à recente tragédia sísmica, a comunidade nipônica mundial, muito conscientemente se uniu em um esforço de superação. Concentramos nossas forças para resolver os problemas imediatos, tanto os coletivos quanto os individuais! E é claro que todo esforço concentrado tem sua contrapartida! O esforço das placas tectônicas nipônicas, por exemplo, liberou enorme energia destruidora. O esforço conjunto da nação, se refletirá na 'volta por cima' após a devastação! Enquanto o meu esforço particular, aqui na mesa, fez-me liberar toxinas gasosas pouco aromáticas! Vocês brazucas ignor(#)tes sabem por(#)a nenhuma de nada mesmo, ?!”.

   O fato positivo é que a moléstia aparentemente é auto-imune, e o indivíduo se recupera espontaneamente dentro de aproximadamente sete dias. Como nas viroses comuns, a sinucarréia vai diminuindo em freqüência e quantidade, com o individuo voltando ao seu jogo medíocre e habitual em uma semana. 
   Quanto aos demais membros do grupo, estes apresentaram graus variáveis de contaminação e virulência. Por exemplo, M. "Delfos" Karamazov manifestou, pelo menos até o momento, baixos níveis de sinucarréia e de emissões gasosas pestilentas.  Já o amigo C. Krueger preocupou a todos, pois  parece ter sido o mais afetado, apresentando todos os sintomas acima arrolados, somados a alucinações místico/religiosas, tremores maníaco/eufóricos e pré-convulsivos, além de peidorréias em “jato”, as quais chegaram a danificar o reboco da parede do Sallon do Miguel. O membro mais jovem do grupo, P. Tortoise, se mostrou imune ao contágio, acertando o número habitual de bolas, ou melhor, errando o n° habitual de bolas, chegando mesmo a ressuscitar bolas consideradas mortas, tirando-as do "horizonte de eventos" das caçapas, em inacreditáveis e malfadados lances que,  além de "lambrecarem" o jogo de sua própria dupla, contrariaram algumas leis físicas! Fantástico!

   O especialista em cagarréias, caganeiras e  evacuações pastosas em geral, Drº Eddy K. Gahrr,  explicou:

“(...) em meio século de vida dedicada a sanar o insanável, nunca vi tamanho número de evacuações em tão pequeno espaço de tempo!! Acredito que o contágio pode estar se dando neste exato momento, enquanto os membros do grupo compartilham o tal “Banquinho do xadrez”, e quando fazem o troca-troca promíscuo de peças! Aconselho, neste momento, o mínimo de aglomerações em torno dos cagões e o uso de protetores nasais enquanto não se conhece a exata etiologia da doença! O inimigo é microscópico, e não sei se a humanidade se safará de mais esta cagada!!

    Lastimável...!! Bem amigos, o alerta esta dado! Se depender dos esforços dos editores e colaboradores deste conceituado Blog, os danos à Saúde Pública serão os mínimos possíveis. É mais uma corrida contra o relógio. Mais um desafio para as brilhantes mentes pós-modernas da pesquisa científica do século XXI ocidental. 
                                        With the lights out its less dangerous;
                                                       Here we are now entertain us;
                                                       I feel stupid, and contagious;
                                                       Here we are now entertain us;
                                                       A mulatto, an albino, a mosquito.
                                                   My libido! Yeah!”
 (Kurt Cobain, Nirvana)

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Fantástico mundo de Fido

(comentário ao texto “A boa nova e a má noticia”)


Confesso que o texto de Dud’s Tozinsky me instigou a tentar alargar um pouco o cárcere da minha mente.
Dessa forma me coloco na sarnenta pele de Fido, um desses vira-latas pulguentos que andam por aí sem era nem bera. O mundo de Fido é azulado-esverdeado, pois seu aparelho ótico não está equipado para enxergar os mesmos comprimentos de luz que nós humanos. Assim, esse pobre infeliz não se sente triste com o cinza ou agitado com o vermelho. Provavelmente outras emoções tomam conta de seu raquítico peito na presença das diversas tonalidades do esverdeado-azulado.
O mundo chega a Fido com muito mais intensidade pelo seu imponente focinho. É praticamente impossível tentar entrar na realidade olfativa de nosso amigo vira-lata. Uma infinidade de odores transmitem milhares de informações não acessíveis a nós humanos. Uma mijada no poste indica amigos, inimigos, flertes...O caminho a seguir é dado menos pela visão que pelo rastro do cheiro da carniça ou do “dono”.
Ontem Fido matou uma ninhada de gatos, filhotinhos ainda. Meia hora depois dormia sossegado, sem o menor indício de remorso pelo “gatissínio”. Do alto de seus doze anos Fido ostenta tumores por todos os lados, porém, não dá a menor demonstração de tristeza, pois o câncer do mundo canino nada mais é do que tumores que levarão a morte, totalmente dissociados da imensa conotação negativa que nossa cultura atribuiu a essa doença.
Também nunca notei qualquer atitude de Fido no sentido de fazer alguma oferenda ao Racional Canino, nem mesmo um juntar de patinhas para pedir que as leis da Física mudem em seu favor. Mesmo supondo que exista um deus canino, quase com certeza é bastante diferente das divindades humanas. Provavelmente ele não disse “Haja luz!”, mas sim algo próximo de “au au au au au” (claro que com todas as limitações de minha tradução).
Mesmo combalido, ontem Fido deu uns pegas em uma cadelinha da rua. Ele não flertou antes e tampouco mandou flores depois. Apenas chegou por traz, cheirou a bundinha e mandou ver...Depois comeu e dormiu...Como dizia o poeta, “dormiu daquela vez como se fosse a última” e não se angustiou nem um pouco de saber que poderia ser mesmo a última.
Fido não reconhece a propriedade privada, não que ele seja comunista, longe disso, pois também não conhece o comunismo. Enfim, o mundo de Fido é o mesmo que o nosso e ao mesmo tempo outro infinitamente diferente. É tanto exterior como interior.
Uma coisa me parece certa, o fantástico mundo de Fido é tão real quanto o nosso.

                                                                                                
                                                                                                                            Saimov

A boa nova e a má noticia.

    Este breve ensaio versa sobre os  impulsos biogênicos e genótipos primordiais da espécie, e sobre os condicionamentos sociogênicos  e fenótipos do comportamento humano; especificamente aos relacionados com o  desempenho mental e suas criações.
A antiga “boa nova” primeiro! O Homem é, foi e sempre será livre para ‘pensar’ sobre o que quer que sua imaginação conjecture. Nossa mente, ainda que conectada e dependente do mundo externo, pode abstrair-se e figurar panoramas, eventos, relações e processos astronomicamente diversos das paisagens, ocorrências e dinâmicas que a envolvem! Assim se passa nos sonhos. Assim se passa nas criações artísticas.
   Mas não há, de fato, nada nos sonhos ou nas criações artísticas que não sejam referentes ao que se encontra no mundo exterior, nada que não seja um rearranjo ou recomposição de materiais percebidos e colhidos no ambiente externo e armazenados em nossa memória.
   Eis agora a má notícia, que também nada tem de nova: o que quer que o Homem livremente pense, ele o fará dentro da jaula de sua própria mente, que por sua vez está confinada dentro de “muralhas cognitivas intransponíveis", ainda que não inescrutáveis! Além das muralhas cognitivas, há o desgaste e deformação inexoráveis da informação armazenada na memória. A memória, por sua vez tem seus processos e mecanismos de funcionamento, de armazenagem e exclusão de dados, exclusivamente regidos pela lei de preservação que preside a sobrevivência dos organismos vivos. Não fosse a eliminação constante e gradual de dados não essenciais, de um modo ou outro, à sobrevivência, os seres vivos não se desenvolveriam. Mas da memória genético-cromossômica dos seres unicelulares e virais à massa encefálica humana, com sua enorme capacidade de armazenagem, há um grande hiato, explicado convenientemente pela teoria darwiniana da evolução pela seleção natural.
    Pois bem. E no que consistiriam estas paredes epistemológicas que enjaulam a poderosa atividade mental humana? Creio existirem pelo menos cinco camadas ou facetas identificáveis nesta cela epistemológica que confina, restringe e delimita o conhecimento e a imaginação humanas. Quatro dos lados seriam opacos, e um, apenas um, translúcido. A “tradição” familiar  transmite dados mítico-religiosos, culturais,  éticos e morais, formando uma das paredes delimitantes da consciência humana. Quando não se é criado em um ambiente familiar, instituições sociais suprem as crianças com substratos equivalentes em orfanatos, internatos, creches e etc.; e deixemos de lado, neste momento as implicações da afetividade sobre a formação da mentalidade.
   Quanto aos costumes, modos, hábitos, preferências, estilos,  maquiagens, vestuários, gostos, culinárias, gesticulações, crenças, modas, jogos, entretenimentospalavreados e gírias, todos se incluem dentro do acervo da cultura transmitida, são amplamente variáveis entre as etnias, sociedades e civilizações,  e nada mais são, a meu ver, do que os mais espumosos e voláteis elementos das conjunturas sociais; as manifestações mais visíveis das preocupações imediatistas e banais da natureza humana; ainda que tenham profundo enraizamento antropológico, que sejam objeto de valiosas e respeitáveis pesquisas em várias áreas  do saber, e que causem distúrbios e fenômenos sociais de grande monta.
   Outra faceta delineante seria a ideologia política dominante e as demais ideologias políticas não dominantes que inundam  o ambiente social, derivadas das lutas pelo poder, dominância e status do universo adulto, e que são transferidas, através da vários meios, às mentes em formação das crianças. Elas são responsáveis também pela difusão do saber técnico-científico em voga .
   Um terceiro fator demarcador da expansão imaginativa e cognitiva seria, a meu ver, a linguagem e os sistemas comunicacionais disponíveis e acessíveis ao aparelho cerebral. Pensa-se e imagina-se em bases gramaticais. Isto é notório e tão evidente que anula a necessidade de comprovação mais fundamentada neste momento para a presente discussão.
   Outra muralha restritiva seria formada, também a meu ver, pelos ditames inescapáveis da antropológica natureza humana. São estes ditames que que nos alertam sobre o que é mais importante ou crucial conjecturar em determinado momento. Evitar a morte iminente, saciar a fome, a sede ou o apetite sexual, satisfazer as 'necessidades básicas', são “prioridades” estabelecidas nas profundezas de nossa natureza biológica. Nossa imaginação é constantemente chamada à concretude empírica pelos condicionantes físio-biológicos da dor, do cansaço, do alerta contra o perigo, do prazer, da auto-preservação e da reprodução.
    A  faceta translúcida, que nos proporciona uma visão introspectiva deste conjunto de condicionantes que encarceram o que se pode ‘livremente’ pensar, eu chamaria de “janela hermenêutica”. Ela nos faz perceber que nosso saber é limitado, fragmentário e quantitativo ao invés de qualitativo. “Só sei que nada sei”, disse humilde e perspicazmente Sócrates. Todavia, esta admissão e a compreensão do que ela implica melhora a qualidade do que produzimos em termos de representações  mentais, idéias e discursos.
   Apenas dentro deste “pentágono” maiêutico é que somos independentes para conjecturar livremente acerca do que deve ser, por exemplo,  uma subpartícula quântica; ou do que deve ser o macrocosmo que nos abriga e do qual somos parte; do que ou quem pode ser o “Criadorcósmico; ou do que pode ter sido o “motor aristotélico” que a tudo imprimiu movimento e que ao visível e invisível originou;  ou para cogitar acerca do que pode vir a ser o que se chama “verdade”... ; ou do que pode vir a ser o ‘futuro’, do que que quer que tenha sido o ‘passado’, e do que poderia realmente ser o ‘presente’. Estas três dimensões temporais são criadas e sustentadas pela imaginação (futuro), pela memória (passado) e pela consciência (presente) em atividades e confabulações  constantes.
   Estamos "livres" dentro de uma cela, nossa própria mente, a qual pode ser mais espaçosa, arejada e mobiliada para uns poucos privilegiados;  ou estreita, sufocante e neurastênica, como o é para a maioria. Dentro desta estreita gaiola, encontramos, as vezes ao acaso, as vezes através de grande empenho, um nexo causal entre fenômenos ou processos. Mas são infindos os fatores causais relacionados a qualquer fenômeno. As correntes de "causa-efeito" são múltiplas, cheias de voltas entre sí, de anéis ou gomos que unificam as várias sequências de elos articulados ou engatados uns aos outros em um complexíssimo  sistema. Ao toparmos com estes nexos, nos julgamos detentores de 'uma' "verdade"... Mas esta "verdade" será sempre fragmentária, pois muito limitado é nosso campo de visão introspectiva, no que diz respeito à "objetividade" do mundo concreto; demasiado débil é nossa capacidade de computar todos os dados do mundo exterior; e imprópria, infelizmente, é nossa  habilidade de produzir sínteses teóricas sólidas, universais e duráveis. Nossos paradigmas científicos¹ são apenas provisoriamente úteis e válidos, e só nos surgem através de enormes e trabalhosos investimentos coletivos em erudição e instrução, ainda que alguns se rotulem de "descobridores" ou "inventores" de sistemas de coisas e/ou de leis "naturais" . Mas não se descarta a hipótese de, como discutido acima, vez ou outra o acaso "sortear" um ou outro indivíduo para a nascença dentro de um contexto material/ambiental favorável, e com uma jaula mental bem espaçosa, arejada, paramentada e mobiliada, nutrida com a seiva da curiosidade artística/científica.  Estas condições facilitam bastante a tarefa de se edificar grandes monumentos intelectuais, e de realizar interessantes "descobertas" nos elos das correntes causais que nos atam à tudo, à todos e ao Todo.
¹ Nota. Ver: Kuhn, T. S A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Não maltratem os idosos...

Boa tarde, senhoras!
Eu não poderia deixar de ressaltar ainda as últimas e fraquíssimas referências debochantes a minha estatura feitas pelo modelo espartano e exemplar maior da raça ariana, Dud’s Fudinsky, o qual vem nos abrilhantando com sua irreverência digna dos passos de uma verdadeira Ana Hickmann capotando em pleno sambódromo carioca.
Realmente a estatura e o porte físico desse soldado espartano fazem inveja a qualquer “Mike Tyson”. Essa mistura perturbadora de genes deu ao nosso amigo Dud’s Chupinsky uma estrutura ímpar, praticamente uma seleção natural feita dentro do microcosmos de seu próprio organismo. Darwin daria a vida por um fio de cabelo desse espécime surreal!
Conforme podemos perceber claramente, a estatura física desse personagem mítico transcende e muito os padrões brasileiros.
Mas até mesmo os seus 1,90m de pura beldade não conseguiram resistir longamente à ação do tempo e as marcas da idade já avançam visivelmente por cada uma de suas 4 décadas de vida.
Dud’s Caidinsky chega assim à terceira idade sem conseguir esconder seus “arranhões de guerra”, mas nada que o uso contínuo de “Sustagem” somado a algum outro suplemento vitamínico não resolva.
Dietas balanceadas preparadas especialmente para pacientes geriátricos também ajudam. Nada muito pesado, um suculento miojo na janta já é suficiente para forrar seu cansado estômago fatigado. Recomenda-se não jantar após as 18 horas.
Ao dormir, aquele que outrora esbanjava vigor, hoje já leva (por precaução apenas) um camuflado “papagaio” para o quarto, caso venha a sofrer de incontinência urinária e chegue a padecer dos intempéries de ter que dormir molhadinho...
O cuidado com os esportes também é necessário. Pedalar e correr são muito importantes, tendo em vista a osteoporose que se avizinha, embora xadrez e sinuca sejam mais adequados à carcaça já cansada do nosso herói (não é à toa que seu apelido é Rui Chapéu), além, é claro, de ajudar na prevenção do Alzheimer. Dar milho aos pombos e rezar o terço também servem de atividades ludorterápicas podendo retardar os efeitos da depressão.
Mas não se preocupem, porque nosso herói da terceira idade é criterioso e sempre faz check ups regulares, repetindo religiosamente o exame de próstata. “Prevenir é melhor que remediar” – eis o seu lema.
A reposição hormonal também não costuma ser problema, com exceção do último mês em que o nosso herói tomou progesterona por engano por não ter conseguido ler adequadamente o rótulo do medicamento a ser comprado na farmácia. Sim, foi culpa da catarata...
Bem, meus parcos leitores, como os senhores podem atestar, a ação do tempo é brutal e mesmo o nosso herói espartano de 1,90 m de altura hoje não conta com mais de 1,70 m ou coisa assim. O tempo realmente muda as pessoas. E até mesmo Dud’s Velhinsky que detestava as leis jurídicas e debochava do Direito hoje sente o conforto de poder contar com o Estatuto do Idoso. É isso ae Dud’s, mais qualidade de vida na sua terceira idade!!!

Rafinha Warrior

terça-feira, 8 de março de 2011

Ao honorável Rui Chapeu

Boa noite senhoras!
Eu já nem lembrava mais dos ocorridos naquela noite banal do dia 07/03 quando, subitamente, resolvi perder alguns minutos do meu precioso tempo lendo algumas das futilidades desse auspicioso blog. Não sem susto, deparei-me então com o texto de um certo conquistador de Rubicões francanos escrevendo a história segundo seu ponto de vista maculado pela cegueira típica daqueles que sofrem da síndrome do campeão de bolinhas de gude.
Sem delongas, passo a expor a real versão dos fatos ocorridos.
Ocorre que nessa fatídica e despresível noite chuvosa francana, mais uma vez a trupe resolveu jogar sinuca no Miguelzinho Snooker Bar. Por sorte cheguei já no final do expediente e fui polpado de presenciar a maioria das peraltisses de nossa seleção francana de sinuca.
Mas quando resolvi jogar, nosso grão-mestre Rui Chapéu (Dud's) não tardou a elaborar teses doutorescas acerca de sua magnitude em lidar com o taco na mão e as bolas bem a vontade.
Ocorre que nosso ilustríssimo Rui Chapéu francano assim que segurou firme no taco tratou de logo sair fazendo peraltisses desmedidas (coisas de criança). Ele queria a todo custo dar o seu famoso "chapeuzinho" fazendo a bola branca pular uma de nossas bolas para acertar e, se possível, encaçapar mais uma das suas vítimas.
Eu apenas observava a maestria excepcional (inigualável!) do nosso querido Rui Chapéu, quando não pude deixar de menciosar que aquele tipo de jogada holywoodiana não era permitida na vida real.
Foi quando o nosso abrilhantado gênio sinuqueiro invocou seus 57 anos de experiência em lidar com tacos e bolas para dizer que eu não sabia nada acerca do jogo e que estava equivocado. E aproveitou a oportunidade para se enaltecer fazendo menção aos seus escorreitos tratados acerca da arte geométrica da sinuca e suas contribuições impagáveis para o aperfeiçoamento daquela ciência.
Bem, após o nosso Rui Chapéu ter invocado toda a sua inatingível experiência no jogo, vi que passava por ali o Miguelzinho (Campeão panamericano de sinuca, mas nada que se assemelhe ao nosso Rui Chapéu) e perguntei a este despresível jogador de sinuca se aquela jogada era permitida. O Miguelzinho foi categórico em dizer que isso não existia, que era coisa de doido e a bola só poderia pular de forma acidental, coisa que eu já havia dito, mas, como sempre, o Dud's não poderia aceitar pacíficamente o que eu digo, prova disso é que ele ainda teima em dizer "Simúlacro" e não Simulacro (não tem problema, o vexame é dele!).
Nesse momento, o nosso Rui Chapéu olhou assim meio desolado, sem contra-argumentos diante daquele "campeãozinho panamericano de sinuca" que o contrariou. E como já não tinha mais graça discutir comigo, tratou de alisar o taco de forma conformada.
Tirando esse incidente que contrariou nosso eloquente cientista dos tacos, o que sobrou é que eu e meus parceiros perdemos apenas 2 fichas para o Rui Chapéu, mas nada que não possa ser dígno de uma bela revanche qualquer dia desses...

Rafinha Bola branca

Terça-feira de cinzas para o trio Mauricín, Celinho e Rafinha "Carpa mansa"


With the lights out its less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid, and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito
My libido! Yeah!”
 (Kurt Cobain, Nirvana)

A noite do dia 7 de março, 2ª-feira de Carnaval, instigou mesmo os instintos carnais e bizarros dos foliões e fanfarrões do “Banquinho do Xadrez”. Em visita planejada ao “Sallon” de snooker do Miguelzinho (visita com cheiro de complô, e/ou cocô, em vista das armações e das cagadas que ali se viram), o clã dos Marangoni, representado por Celinho Krueger e Pedrinho Tortoise, uniu-se ao clã dos Mendes, representado pelo inveterado em vários maus-hábitos (em geral devassos), Mauricín Karamazov, para arrancarem o couro do desavisado  São Dud’s Tozisnky Sinatra. Mas a noite foi de sorte e maná dos céus para Tozinsky, que teve desempenho excepcionalmente bom, auxiliado pelo amigo Pedrinho Tortoise, que se rebelou contra a ditadura patriarcal e as minguadas mesadas de Celinho Krueger, unindo então suas energias e potencial ao esforço de Tozinsky contra as mafiosas e tirânicas forças dos chefões patrícios. Ambos, Tozinsky e Tortoise, foram indiretamente auxiliados por suas amigas, comparsas, amantes e ex-namoradas, beldades curvilíneas belíssimas que, chamadas com urgência ao evento, vieram disfarçadas de namoradas e acompanhantes de terceiros e lotaram o Sallon, colaborando com Tozinsky e Tortoise para distrair a atenção dos fominhas berlusconianos Celinho e Mauricín, que passaram a babar ao invés de jogar, facilitando o trabalho da dupla ficha limpa, que acabou ganhando sete das oito partidas jogadas. 
   Mas o evento também foi marcado por cenas grotescas. No auge do desespero e já ébrios, Mauricín e Celinho iniciaram um ultrajante e vexatório troca-troca de tacos, com seus braços e mãos entrelaçados uns aos do outro, roçando-se  reciprocamente em público, numa decadente e luxuriosa atitude, digna do Imperador Romano Heliogábalo (203-222 DC), e tão ardorosos quanto os amantes da música de Roberto Carlos, que por coincidência, ou não, seria homenageado pela escola da samba "Beija Flor de Nilópolis", do Rio, naquela mesma noite. É possível que o evento carnavalesco tenha mesmo inspirado os "cônjuges" em conluio.
       Outra ocorrência  interessante e suspeita em toda a trama foi a chegada inusitada do instruído em leis e artimanhas “Rafinha Carpa Mansa”. Visivelmente embriagado (o que  não constitui novidade), o agente advocatício, possivelmente “comprado” pelos patriarcas do “Clãs Unidos”, chegou alterando toda a semântica discursiva do já tenso embate, usando seu famigerado jargão jurisdicional para se referir a leis, regras, normas, precedentes, punições e penalidades, ameaçando e contestando a legitimidade das jogadas da dupla perfeita Tozinsky/Tortoise, chegando ao cúmulo de incomodar o próprio Miguelzinho por ninharias normativas (coisa típica de bacharéis novatos e inseguros),  acreditando com isso insuflar medo e receio nos destemidos vencedores, conhecedores das únicas leis não arbitrárias do jogo de sinuca, as leis da física! O tagarela e mandatário jurisconsulto, ao ser intimado a transmutar em jogadas “legais” e reais sua cacofonia jurídica, nada fez na mesa de bilhar que auxiliasse o “Clãs Unidos” a reverter sua crítica situação. E deste modo saíram os três: derrotados, embriagados e frustrados, tão abatidos a ponto de serem incapazes  de repararem nas piscadelas e selinhos aéreos ininterruptos que as garotas no salão enviavam aos vencedores bonitões!! Uma noite memorável para a dupla Tozinsky/ Tortoise; mais uma noite indecorosa ao trio Rafinha, Mauricín e Celinho. As fotos foram tiradas pelo sempre imparcial Saimov Kasparento, presente no recinto, ausente do jogo (para o bem de todos), e testemunha infiel dos fatos narrados.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O duelo menos esperado do ano: Dud's Tozinsky contra Saimov Kasparov!!

O enxadrista Saimov Kasparov, professor de xadrez no “prézinho” da Escola João Marciano, e candidato a "Grão Mestre" pela federação enxadrística do "Banquinho do Xadrez", entidade que reúne os melhores jogadores que perambulam à toa pelo calçadão da Marechal Deodoro, acaba de aceitar, depois de muitas desculpas e subterfúgios, o desafio lançado por Dud's Tozinsky, detentor do importante título do campeonato do Bar do Zé, (localizado na esquina da rua onde o campeão reside em seu barraco, condenado pela Defesa Civil, última maloca da última rua do bairro mais distante da periferia mais sinistra dos subúrbios francanos, bem ao lado do catinguento, mosquiteiro, insalubre e transbordante Córrego Curtume), para um duelo “ao vivo” no Blog “Banquinho do Xadrez”. De acordo com o nível dos jogadores, conforme exposto acima, espera-se de ambos uma partida cheia de táticas sutis, estratégias geniais, domínio técnico das aberturas, do meio jogo e dos finais, além das freqüentemente incompreensíveis e defectíveis combinações típicas do "furioso" jogo de Saimov, e dos sacrifícios dementes, ridículos e ocos, característicos do confuso jogo tozinskiano.  Os membros do prestigiado "clube" poderão acompanhar, gratuitamente, todo o dinamismo e emoções só proporcionados por uma partida de xadrez jogada a um lance por dia. Portanto, regozijem-se amigos espectadores, se houver algum; e que ganhe o menos pior!!

      
Brancas: Tozinsky.     Pretas: Saimov.
 1- P4D                                  1- P4D (vi no livrinho que é bom)
 2- P4BD(gambito)               2- PxP (estou na vantagem!)
 3- P3R(cuidado menininho)     3- P4CD (defesa saymoniana)
 4- P4TD                                          4- P3BD
 5- PTxP (Beware baby)              5- PBxP
 6- D3BR(And Now?)                   6- C3B (TO FU...)
 7- DxC+                                          7- B2D 
 8- D7CD                                         8- P4TD
 9- C3BD                                         9- T1C  
 10- D4R                                         10- C3BR
 11- D2BD                                      11- P3R
 12- C3BR                                      12- B5CD 
 13- B2D                                         13- B3B 
 14- B2R                                         14- P5T
 15- O-O(Roque peq.)                  15- D3D
 16- C5R                                         16- B1T
 17- B3B                                         17- BxB
 18- CxB                                         18- BxC
 19- PxB                                         19- D4D
 20- TR1CD                                    20- O-O (não colou)
 21- B1B                                         21- P3T
 22- B3TD                                       22- T1R
 23- B5BD                                      23- C5R
 24- B4CD(Até Voltaire voltou)    24- T2C (Defesa Muamar Khadaff)
 25- C5R                                         25- C3B 
 26- T1R                                          26- D5R
 27- D2R(Tá agressivo hein?!)    27- C4D
 28- P3BR(Xeque na dama)      28- D5T (há, há, há...Ninguém sabia)
 29- T1R1CD                                 29- CxB It's now or never
 30- TxC                                         30- D2R     
 31- T1TD1C (Aríete)                   31- P3B (escolha suas armas)
 32- CxP5BD (Knight)                32- PxC (deito o rei. Ganhou)
 33- Dud's VICTOR! (Obrigado pela partida).