domingo, 9 de janeiro de 2011

História cosmogônica.

Historia físico-crítica do Universo; para crianças crescidas.
    Uma vez tendo encontrado não um, mas dois termos-chave que se adéquam a imagem que pretendo transmitir, "Extrusão Primal" e/ou “Ejeção Primal”,  como na terapia do "Grito Primal", inicio então, por enquanto solitariamente, o ensaio: História físico-crítica do Universo para crianças. Acredito que, antes de iniciarmos as análises de nossa realidade observável imediata, deveríamos antes compreender, mesmo que vagamente o processo pelo qual viemos a ser observadores, tanto do Cosmos Sideral, quando da realidade social que o homo sapiens desenvolveu, até chegarmos as peculiaridades de nossa complexa cultura, com suas ideologias, ciências, classes, leis, crenças, tradições e costumes. Pois estamos hoje na superfície do “tempo”, no ponto de sua expansão máxima, e temos acesso imediato apenas ao que se encontra nessa superfície. Sendo assim, bom seria, acredito, se formássemos uma noção da profundidade do tempo, contado a partir da Ejeção Primal, o Big Bang dos acadêmicos anglo-saxões ‘nobelados’.
   Parte I: No então Anteverso, lugar do onde jorrou o Universo, nano-instantes antes da extrusão primal que gerou o esguicho energético-material que sentimos, vemos, medimos, catalogamos e chamamos de “nosso Universo”, como faziam os Romanos com o Mediterrâneo chamando-o de “nosso Mar”; no momento mais decisivo de nossa história física, em um intervalo crucial da Eternidade, a compressão sobre um único lugar-coisa-no-tempo, que até então tinha mantido estável o ovo primordial, abruptamente tornou-se tamanha que não a assimila a limitada compreensão humana, e o que sempre foi quieto, estável e comprimido, deixou explosivamente de sê-lo!! "Tudo", até aquele infinitamente pequeno “instans”, estava reunido em um ponto do tamanho do "nada"; todas as futuras dimensões, vetores e versões que hoje conhecemos estavam embrulhadas, dobradas dentro deste menor pingo possível. Tão pequeno, mas tão minúsculo era o centro desse vértice pontiagudo, que paradoxalmente todo o Cosmos, com sua matéria, energia, espaço e tempo, cabiam dentro dele!!
Saymon disse: Quanto a causa do que chama de extrusão, o Isamov diz que a causa é a tendência inrente a matéria em direção a entropia. Uma observação em relação a buracos negros, existem teorias que afirmam que eles "regurgitam" matéria não detectável por meios convencionais. Se não me engano, o Hawking trata disso. Vou ler seu texto e comentar melhor. E coloca-lo no blog, claro. Abraço
Certo! Mas o que causou a extrusão da energia comprimida e acelerou a velocidade de escape a ponto de torná-la imune à gravidade? E por que uma singularidade como o ovo primordial liberou matéria e energia, quando os buracos negros, singularidades menores, não liberam nem luz?? Quanto aos textos sobre a extrusão primal, trata-se de variadas formas literárias que pretendo editar no facebook, e caracterizam preleções primárias sobre física, astrofísica, astro-biologia e astro-química, direcionados principalmente as crianças. A intenção é despertar o interesse de algum gênio velado, daqueles que só falta o impulso inicial para decolarem. O interessante é que utilizarei variadas formas de texto para recontar o enigmático drama cósmico do qual fazemos parte. Dei-me conta de que as tais preleções, baseadas em Sagan, Penrose, Hawkins, Bronowski, Asimov e Feynman, dentre outros, poderiam se beneficiar do recurso a variadas formas de escritura. No primeiro texto, por exemplo, utilizei um estilo metafórico, com linguagem meta-ficcional. Pretendo usar textos poéticos, textos-críticos narrativos, parábolas pastorais, prosa científica, sátiras, metonímias, hipérboles, figuras de linguagem, ficção, trocadilhos, alusões e referências contemporâneas em linguagem coloquial, enunciados excêntricos, intertextualidade, paródia de textos clássicos, jogo de palavras, etc. Algo maluco como “Alice no País das Maravilhas”, transmutado para algo tipo “Epopéia do Homo Sapiens no Cosmos”. Localizar o Homem no tempo e espaço com recursos discursivos diversos. É mais ou menos isso. Coisa leve e descompromissada na superfície, densa e inquisitiva no subtexto. Entende?
Ei! Outra coisa. O nome do homem é Asimov, Isaac. Agora, o que "havia" na singularidade do "ovo cósmico primordial" não era "matéria", não pelo menos no sentido comumente conhecido da matéria. A ‘matéria’, conforme matizada na famosa ‘tabela periódica’ de Mendeleiev, ou, nas palavras dele, no “sistema sugerido dos elementos”, são substancias ordinariamente encontradas onde quer que os espectrômetros eletrônicos apontem suas lentes no Cosmos.
   O que aconteceu, no meu entender foi que, nos nano-segundos primordiais, as subpartículas que compunham toda a “matéria” ordinária existente, a princípio aprisionadas no interior dos átomos, estavam, naquele “instans”, livres do sistema atômico e comprimidas sob tão intensa pressão gravitacional que só há uma hipótese plausível para descrever o que “era”, ou foi, aquilo. E esta hipótese se baseia na lógica do fenômenos físico-químico-radiativos conforme os estudamos hoje.
   A hipótese só pode ser ‘lida’ com a ressalva de se admitir que, naquelas condições, a matéria não era “matéria” e as leis físicas vigentes eram, aquém e além do “horizonte de eventos”, outras que não as hoje conhecidas, descobertas e compreendidas. Com esta restrição fundamental, pode-se trabalhar numa analogia lingüística aproximativa em termos de “dar-nos uma idéia ‘periódica’ e provisória do aquilo era”.
   Chamemos então, a ‘coisa’ infinitamente pequena concentrada no “ovo cósmico”, de “sopa plasmática de densa energia quântica hiper-condensada”. Não acredito que, neste estado, os pré-elementos da ‘matéria’ tenham se comportado do mesmo modo observado na matéria ordinária sob as atuais leis físicas vigentes no Cosmos. Portanto, a partir desta reflexão, baseada em ‘experimento mental’, me vejo obrigado a discordar da teoria da entropia, que você atribui a “Isamov”, aplicada a esta singularidade. Até porque a entropia aumenta em sistemas termodinamicamente isolados e fechados, onde a desorganização tende sempre a aumentar. O nosso Universo perde calor irreversivelmente, portanto ele parece estar se organizando em mega estruturas, e não se desorganizando no fluir do Tempo. Um sistema aberto! O que restará da matéria em um Universo em expansão irreversível? Ela se resfriará até perder toda a energia térmica! O que não condiz com a “Lei do Crescimento da Entropia”, (de Rudolf Julius Emanuel Clausius, 1822-1888). Continua...

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