À V.Exª, o ilustríssimo "administrador" Ebola Víruslento.

Questionamentos dirigidos ao Excelentíssimo Srº Ebola Víruslento.

                  Gostaria, caso sua alteza  perdoe  minha petulância, de saber como Vossa Majestade (ou deveria chamar-lhe "Vossa Excelência"?) chegou ao cargo máximo da República das Capivaras; ou seja, se a função de "administrador" do Blog foi-lhe concedida por herança dinástica, por direito divino, por votação, por conquista ou auto-nomeação.  Como cidadão atuante da citada república, gostaria de ser informado, caso não esteja ferindo a dignidade de V. Exª, sobre a linhagem dinástica da qual descendes e a qual pertences, pois desconheço os direitos das casas monárquicas em nossa república.

              A não ser que estejamos vivendo em um reino, e que eu não o saiba! Neste caso então, gostaria de saber quem foi o último monarca e quando se deu seu falecimento, para que a legitimidade de “meu rei”, no trono, não venha a ser questionada por outros príncipes e nobres de sangue “real”, que porventura venham a fazer uma  pesquisa genealógica contestadora!

               Mas acaso tenhas sido nomeado por “direito divino”, peço-lhe humildemente que mo digas à qual deus serves, para que possa me converter, pois sou um pagão sem agremiação ou filiação religiosa oficial no momento e não desejo sofrer perseguição nem inquisição por parte de seu clero canino. E mais. Qual foi, neste caso, a autoridade religiosa que secularmente “transferiu” esta soberania a Vossa Alteza.  Caso tenha sido Vossa Santidade cristã, o Papa Bento XVI, peço-lhe, com o direito de cidadão participativo, que tanto prezo, ou como fiel vassalo de vosso reinado, que publiques a bula, o anúncio, a ordenação ou a encíclica onde consta o pronunciamento eletivo! Adiantando-lhe, porém, que não reconheço, como cidadão republicano, a validade de tal processo, e pior, estou magoado por não ter sido convidado para a cerimônia de coroação papista.  
                  Contudo, caso estivermos habitando um estado absolutista, peço-lhe perdão pela minha insolência e rendo-lhe minhas homenagens, pois somente neste caso tal nomeação é aceitável, ao que eu saiba. E preparado estou para pagar com minha vida pelo desaforo com que vos desafiei! 

                  Mas caso tenhas obtido o cargo executivo por meio de votação, e estejamos neste momento vivendo em uma democracia representativa, peço-lhe encarecidamente que me apresente as credenciais exigidas aos votantes e aos elegíveis, e que mo digas se o sistema eletivo é direto ou indireto, pois pago meus impostos em dia, faço minha contribuição mensal ao Blog, e acredito ter direito à pequena parcela de soberania popular representada pelo “meu voto”.

                  Agora, caso estejamos habitando o interior das fronteiras de um império, sem que eu tenha dado-me conta disto, em minha alienada ignorância, e Vossa Alteza tenha lutado, derrotado e conquistado por armas o ambicionado cargo, gostaria que Vossa Majestade respondesse à minha petição e mo dissesse contra qual majestade, rei ou potestade lutaste, para que juremos a ti  lealdade, e para que saibamos o perigo que aquele soberano e seu reino, ou imperador e seu império, nos representava! Intriga-nos também o fato de que nem vossos nobres, nem vossos comuns, foram convocados para a defesa do império que sustentamos, povoamos e amamos.

                Entretanto, caso tenhas obtido o almejado cargo por auto-nomeação, o mais degenerado e ilegítimo dos recursos, saibas que és, aos olhos de vossos súditos, um TIRANO e/ou DITADOR, e que à tiranos não podemos jurar fidelidade, tendo tu apenas o medo e o terror, ou o carisma e afeição, para conservar-se no cargo, como bem vos ensinou Maquiavel.  Mesmo neste caso, gostaria de saber dos laços de patronagem existentes em seu sistema degradado e corruptível, para que possa dele beneficiar-me também. Mas, advirto-o para que saibas que, caso o benefício não esteja a altura de minhas expectativas, ó excelentíssimo administrador, corres o risco de sublevação; que a sublevação neste caso é válida e incontestável; que gera violência; que a história está repleta de registros de tiranicídios e derrubada sangrenta de ditadores, e enfim, que são legítimos estes meios. Ou ao menos tão legítimos quanto a tomada do poder que empreendestes.

Dud’s Tozinsky.