terça-feira, 11 de janeiro de 2011

The Time.

            O Tempo. ( Leitura indicada ao Saymon, ao Pedrinho, ao Rafa e ao Xandão)

“There are many events in the womb of Time, which will be delivered” (Shakespeare, Othello: Iago,ato 1, Sc. 3, II.pp 364-5).
(Existem muitos eventos no útero do Tempo, os quais serão paridos...)

Nós caminhamos em direção ao Futuro. Ou será que o Futuro é que passa por nós em forma de Presente? O Futuro, como entidade ontológica, parece não existir. E talvez seja mesmo mais um das ficções criadas pelo homem para balizar suas atividades e compreensão do mundo. Mas, se ele, o Futuro, não existe, e o Presente é apenas um instante infinitamente pequeno e fugaz, o que será do Passado, que já foi um instante infinitamente pequeno e fugaz, e nem isso já é mais? O Passado, então, é migalhas de confusas lembranças e vestígios fragmentários, sem forma definida, sem residência espaço/temporal fixa. O que é então o Tempo, afinal? Se o que chamamos Futuro só se realiza no Presente, que por sua vez é infinitamente fugaz, e o Passado já não é mais nem o que é/foi o ínfimo Presente de ‘agora’, esse instante micro/curto que nos atravessa, o que será o Passado? O Passado é a infinitude de "presentes" que passaram? É a eternidade em forma de ex-presentes que se degradam enquanto o Presente “agora” se re-atualiza perpetuamente com ‘material’ vindo do Futuro? Há um depósito de tempo Passado? Ou o Passado tende sempre a ser esquecido e só é "salvo" e se manifesta na memória? O Presente foge de ser capturado na consciência imediata, e o Futuro só existe na imaginação. Três importantes faculdades mentais estão então envolvidas, portanto, na representação do que chamamos Tempo.  Quatro, se contarmos o raciocínio necessário para abordar a própria idéia de Tempo...  O Presente escorre pelos dedos num fluxo ininterrupto; o Passado nem mais existe e pagamos por ele, e o Futuro é apenas uma aposta, uma quimera, uma possibilidade. Uma possibilidade plausível, já que o tempo vem decorrendo há eras e éons e éons...

   “O físico não olha em redor do mundo para “achar” qualquer coisa. Ele cogita sobre os problemas que esboça no papel, como o jogador de xadrez que cogita sobre os problemas surgidos no tabuleiro” ( Drº Fritz Kahn, O Livro da Natureza: Tomo I, p. 24. Ed. Melhoramentos ).

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