terça-feira, 22 de março de 2011

Show de Calouros (ou de horrores...)

Bom dia, Senhoras!
Domingo último foi um dia verdadeiramente atípico, um show à parte (de horrores, mas ainda assim um show)!
Após a costumeira missa dominical, dirigi-me ao já famigerado calçadão em busca de uma vítima que pudesse alegrar meu pacato início de noite naquele domingo enfastiado de “faustões” e jogos de futebol horríveis.
Chegando ao calçadão, o Sr. Maurílio “Kara Mauzóvisky” estava lá de bobeira tentando encontrar o sentido filosófico da vida e procurando algum algoritmo que explicasse o caminhar das pombas gordas do centro da cidade. A verdade é que ele não tinha nada pra fazer...
Então começamos a jogar uma partida de xadrez que, mais uma vez, se mostrou ferrenha, mas ao final prevaleceu a soberania típica dos ilustres membros da família Guerreiro e, assim, Maurílio “Kara Mauzóvisky” mais uma vez afundou sucumbindo diante da supremacia deste Rafael Warrior que vos fala!
Embora a partida tenha sido magistral e eu tenha mostrado ao Sr. Maurílio quem é que manda (o que por si só já é um show a parte), outros dois personagens curiosíssimos roubaram a cena em pleno centro da cidade e dominaram os olhares dos curiosos e os holofotes incessantes dos paparazzi que se esbaldaram com toda a irreverência, talento, formosura e escrotisse que brotavam das cabeças desses dois personagens.
Falo agora dos espetaculares Dud’s Chupinsky e Evaicair, que juntos formam essa dupla de cantores composta por 3 integrantes (os dois e a esperança de um dia serem reconhecidos internacionalmente).
Essas figurinhas carimbadas nos abrilhantaram mais uma vez com sua maestria e afinação típica dos grandes talentos. Silvio Santos precisa conhecê-los (o futuro dos shows de calouros depende disso). O Pedro de Lara então daria um beijo na boca de cada um e com direito a um esfreguinha do seu lindo bigode típico!
Os dois são verdadeiramente inovadores dentro do universo abstrato e incompreensível que forma a mente complexa e sem noção dos artistas amadores.
Bem, a performance praticada por estes dois palitos de picolé premiados foi realmente inovadora. Eles demonstraram total intimidade com a pelota! Conseguiram interpretar Kurt Cobain no maior estilo Folia de Reis (tenho certeza de que o cara se contorcia de cólicas no túmulo enquanto os dois espinafravam com todas as criações nirvanescas...).
Ok, ok...falando sério agora, foi uma tristeza escutá-los...Insuportável, desrespeitoso com os bons costumes e com a moralidade pública, um crime! O show de horrores protagonizado por estes dois Ronaldinhos dos álbuns de figurinha da copa foi um fiasco público de proporções tsunamescas...um cataclisma dos tímpanos.
O Sr. Evaicair, após filosofar sobre as peculiaridades cósmicas da consciência humana (algo que ninguém compreendeu até agora) começou subitamente a cantar em línguas estranhas (algum elo perdido entre o Húngaro e qualquer outro dialeto que lembre a língua do Capeta).
Ninguém entendeu muito bem, aliás, ninguém entendeu nada de nada sobre como o Sr. Evaicair conseguiu viajar até planetas distantes e civilizações alienígenas e de repente voltar tentando, mas só tentando, cantar Nirvana em alguma língua do Capeta e em ritmo de Folia de Reis.
Mas o pior de tudo é que esse ser humano sui generis encontrou um parceiro. Isso sim é o mais espetacular e sensacional de tudo!!! Quando as pessoas menos transtornadas daquele lugar já cogitavam ligar para a ambulância do Allan Kardec para vir colocá-lo dentro de um aconchegante modelito de camisa com fivelas e mangas compridas, eis que surge das sombras Dud’s Chupinsky que, além de acompanhar o Sr. Evaicair, conseguiu igualmente cantar nessa língua que faz assombro ao Demônio.
E aí começaram as peraltices e malucagens típicas de mentes insanas e perturbadas. Os casais de namorados que passavam por ali olhavam assustados, os pais de família que passavam com seus filhos tapavam os ouvidos e os olhos de suas crianças tentando poupá-los daquela cena grotesca, as velhinhas que saíam da missa seguravam forte no terço e os evangélicos tentaram até exorcizar aquelas duas figuras. Mas não teve jeito, os dois entraram em êxtase e só pararam quando já tinham perturbado até mesmo os espermatozóides dentro dos sacos dos que ali estavam presentes.
E no meio dessa salada que misturava Show de Calouros com insanidade mental, estava eu tentando jogar agora com o Mauricim...Aí não tem cristão que aguente e acabei perdendo o jogo e o resto da noite de domingo, porque o som emitido por estes dois “calouros” reverberou no meu tímpano noite a fora...Ultrajante!!!
Essa dupla de 3 é mesmo uma pérola negra, a bolinha de gude azul que nenhum pirralho conseguia ganhar, a onça pintada do chocolate Surpresa, a figurinha que faltava no álbum Pantanal do chiclé Ping Pong, a última bolacha do pacote!!!
Ah!, Ana Hickmann...Que falta me faz vê-la capotando no Sambódromo...Isso sim é tosquisse profissional...O resto, bem, o resto é Dud’s e Evaicair...

Rafinha Warrior

Um comentário:

  1. Rsrsrsrr..., muito bom!! Bem, o que dizer? Finalmente o reconhecimento! Depois de tantos anos de estrada, de karaokês, luaus, serenatas, canchas, improvisos, showzinhos em prostíbulos e barzinhos suspeitos, de problemas com gravadoras e produtores; e de um sério problema nas cordas vocais, causado pelos excessos de substâncias crepitantes e líquidos inflamáveis, numa carreira vivida intensamente, é com satisfação e gratidão que chego ao Top Two do calçadão!! Quanta emoção! Agradeço ao amigo musicólogo, critico e comentarista de rock, inter-municipalmente conhecido, “Rafa Censor”, pela recepção tão entusiástica à meu trabalho. É tudo que um ‘popstar’ e ‘gigante’ do rock como eu poderia almejar, além de grana, mulheres, e é claro, a adoração do público, como você evidenciou tão bem em sua resenha! Obrigado! Muito obrigado mesmo! Sniff, sniff, sniff e sniff...

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