sábado, 3 de setembro de 2011

O FIM DA FAMÍLIA BURGUESA

Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência. Mera mesmo.

Personagens.
Mr. Warrior - advogado inglês, católico e proprietário de terras.
Camarada Ivan - torneiro mecânico russo, comunista.

Mr. Warrior - Ora Ivan, como posso concordar com isso? Vocês querem destruir instituições universais como a família, a propriedade privada e a religião.

Cmd. Ivan - Mr. Rafin...digo, Warrior, há alguns equívocos nisso tudo. Primeiramente nada disso que citou é universal, são instituições históricas, surgidas em determinado tempo e lugar e ligadas a interesses específicos de grupos. Em segundo lugar, não queremos acabar com a família, mas sim com a família burguesa.

Mr. Warrior - Como família burguesa? Família é família, Deus fez assim, é tudo igual. Explique-se.

Cmd. Ivan - Caro Mr Warrior, queremos acabar com a família fundada sobre a propriedade privada e o direito à herança. Não desejamos essa família onde as mulheres são oprimidas pelos homens por razões econômicas, onde as pessoas se ligam cinicamente pela herança, por status...Queremos uma família de um novo tipo.

Mr. Warrior - E que família seria essa?

Cmd. Ivan - Uma família fundada na união de pessoas livres sob todos os sentidos, onde não exista herança, propriedade privada...(interrompido pelo interlocutor)

Mr. Warrior - Mas como pode ser? E o que vai constituir o elo dessa família? Isso é absurdo.

Cmd Ivan - Mr Warior, as pessoas se unirão ou viverão juntos apenas por afinidades, projetos em comum, por amor, é isso. Uma família fundada no amor, pessoas livres, sem nenhum interesse econômico se unindo por amor. Essa é a família que nós comunistas queremos.
 A mulher poderá se separar do homem quando desejar, sem medo de passar necessidades; o filho do pai; os casais não se formaram por interesses financeiros, enfim, uma família de novo tipo.
.
Mr. Warrior - Absurdo! Mil vezes absurdo! E vai ter essa baderna de casamento de homem com homem e mulher com mulher?

Cmd Ivan - Ora Mr. Warrior, como disse, será uma união de pessoas livres em um estado laico, camaradas iguais perante a lei, independente de sexo, cor da pele, orientação sexual, e iguais de fato, não apenas em teoria. As pessoas se unirão conforme melhor aprouver, cada um será feliz a sua maneira.

Mr. Warrior - Pecado! Blasfêmia! Criminoso contra as leis dos homens e as leis de Deus! Absurdo! Não posso mais tolerar. Guardas, prendam-no!

15 comentários:

  1. Será que o tal "camarada Ivan" pode nos dar uma pista de como "acabará" com a família burguesa sem derramamento de sangue e sofrimento de inocentes? Ou ele pretende fazer a mudança como sempre tem sido feito, exterminando, exilando, caçando e expurgando?? Se o torneiro mecânico sabe tanto, se sabe o que é melhor para nossa sociedade e nosso mundo, se conhece tanto sobre os subsistemas sociais e instituições que dão forma a sociedade capitalista burguesa, se visualiza tão bem a exploração e opressão que a burguesia exerce sobre o operariado, ele deve ter então uma "planificação" completa de como pretende instalar a família comunista em substituição à família burguesa, célula indispensável à tal sistema.Aliás, já que o camarada é tão engajado e sabido, por que não abre mão de tudo o que é burguês e capitalista, e se vira com o que sobra? Seja a família fruto do "amor" ou do "interesse", o que o torneiro mecânico tem a ver com isso? Se o cara burguês quer acreditar na legitimidade da herança, ou na revelação divina via Bíblia, o que tem o Ivan a ver com isso? Se ele fala de amor e liberdade, deveria começar com tolerância ao diferente! Por que o torneiro não começa a socialização dividindo "tudo" o que ele têm com os menos afortunados que ele?? Por que não começa com o sacrifício de sí mesmo ao invés de desinstalar, desacomodar e sacrificar os "burgueses"? O torneiro esta tão impregnado da ideologia burguesa que não percebe a própria mesquinharia burguesa ressurgindo em seu discurso falsificado...

    ResponderExcluir
  2. Bom, é óbvio até para o mais "butequero" dos marxistas que o fim da "família burguesa" não é algo que acontecerá, se acontecer, como uma mudança isolada, ao contrário, só chegaremos a esse novo modelo familiar em uma sociedade socialista. Como chegaremos ao socialismo? Bom, não existe garantia alguma que chegaremos e nem receita de bolo de como fazê-lo. Cada sociedade tem suas particularidades econômicas, culturais, sociais...e o método para chegar ao socialismo não é um ditado a priori, mas sim algo construído no curso da luta e respeitando as particularidades históricas.
    Quanto à "exterminando, exilando, caçando e expuargando", acho que isso não é nem de londe privilégio das revoluções de esquerda, basta abrir qualquer livrinho didático para ver o que a Igreja, e vários estados ja fizeram e fazem com suas populações...Infelizmente, por vezes, em uma revolução social, dada a resistênci dos proprietários dos meios de produção, a luta é inevitável e inocentes perdem a vida.
    "Aliás, já que o camarada é tão engajado e sabido, por que não abre mão de tudo o que é burguês e capitalista, e se vira com o que sobra?"
    Essa frase é profundamente infeliz e equívocada sobre o que é socialismo ou comunismo. O homem não vive isolado e nesse sentido, só um utópico muito caduco que não leu nem o Manifesto Comunista para falar uma asneira dessas. O socialismo só acontecerá como mudança coletiva, movimento organizado de massas e nesse sentido, o Ivan fará melhor se organizando em sindicatos, organizações políticas ou disseminando idéias, do que fazer esse rídiculo que não tem nada a ver com o marxismo.

    "Por que o torneiro não começa a socialização dividindo "tudo" o que ele têm com os menos afortunados que ele?? Por que não começa com o sacrifício de sí mesmo ao invés de desinstalar, desacomodar e sacrificar os "burgueses"?"

    Outro absurdo, inacreditável inclusive para alguém minimamente alfabetizado. Pobres burguesses!!! Tadinhos né? Vamos continuar trabalhando para gerar riquezas pra eles e dividir nossas misérias...Nossa, tem que ser muito conformista e alienado para pensar algo assim. Socialismo não é divisão de pobreza e sim de riqueza. Mais, não é esmola, é cada um seapropriar integralmente do fruto do seu trabalho e não viver bem as custas do trabalho alheio.

    Ivan

    ResponderExcluir
  3. Pura hipocrisia... palavras de um burguês hipócrita, safado e covarde. Trabalhe bastante e terá seu quinhão. Dividir o que é dos outros é fácil... “(...)dada a resistência dos proprietários dos meios de produção, a luta é inevitável e inocentes perdem a vida”.
    Que tal se a vida perdida fosse a tua?? Ou és inocentinho??
    A vida em primeiro lugar, como direito de todos.
    Fodasse Marx, fodasse Pol Pot, fodasse Plekanóv, fodasse Bukharin, fodasse Fidel, fodasse Lênin e Stalin. Fodam-se também Ricardo, Adam Smith, Stuart Mill, Keynes e Galbraight! Fodam-se Hitler, Mussolini e todos os que acham que sabem o que é melhor para os outros!! Só causaram miséria e sofrimento. E fodam-se os hipócritas que vivem a propagar a revolução e que só levantam a bunda do sofá pra cagar na privadinha acolchoada da casa da mamãe... Li os patetas todos, mas sempre aparecem patetas de 9ª categoria com os mesmos estereótipos, chavões e clichês sobre o está errado e sobre a solução que guardam na manga. Como se tivessem algum trunfo de verdade. Tenha certeza fulano que, se tivesse de lutar, iria ser contra você e o bosteiro que tem na cabeça, e não contra os “burgueses”, que aliás, compõe algo em torno de 90% de nossa população, o restante dividido entre 5% daqueles que não tem onde caírem mortos e 5% de magnatas.Você deve se enquadrar entre os 90% de burgueses ou entre os 5% dos magnatas.Os que não tem o que comer hoje não tem tempo, nem energia e nem acesso à Engels, Marx, Luxemburgo e Lênin. Burguês hipócrita! Fariseu picareta.

    ResponderExcluir
  4. Prezado anônomo, manjado e de estilo inconfundivel, transloucado. Interessante falar de covardia e não ter hombridade de assinar o que escreve...Se bem que nem precisa né?
    Bom, seu texto remete ao velho anarquismo pombo sem asa, que atira a esmo pra todo lado e nada propõe de concreto e produtivo
    Não tenho nem o que responder, posto que só xingou, blasfemou e não argumentou nada.
    Minha única curiosidade é saber de onde tirou seu conceito de burguês ou onde vive? 90% da população? Olha meu amigo, não conheço país algum no mundo com esse percentual de burgueses, pressuponho que viva em algum recanto obscuro de nossa galáxia ou no buraco negro de sua própria mente.
    Não conheço ninguém, a não ser você pelo jeito, que desconheça que burguês está ligado a propriedade privada de meios de produção e a participação bastante específica na riqueza socialmente produzida.
    Quanto a vida humana, meu caro, respeito enormemente, e como se fosse a minha própria, toda vida humana e não só humana, mas de qualquer forma de vida. Porém, não fui eu nem marxista algum quem inventou a violência, aliás, é pressuposto da existência de qualquer Estado o emprego da violência...O que em última instância os marxistam defendem é o fim do Estado e consequentemente da violência contra os cidadãos.
    Quanto as ofensas pessoais, não costumo responder. Só o que digo é que nunca vivi da exploração do trabalho de ninguém e minhas escolhas de vida foram todas no sentido de viver de acordo com meus ideais, o que me deixou sempre na merda financeira mas por outro lado com dignidade para olhar nos olhos dos meus companheiros de classe.

    Saimov

    ResponderExcluir
  5. Só hoje pude ver as asneiras que andam escrevendo por aqui no blog e, pior, usando de forma covarde e ignorante o meu nome e aquilo que "acham" que conhecem sobre a minha personalidade e minhas ideologias.
    Sinceramente, Saimon, vc passou dos limites com essa insignificante forma de ataque a minha pessoa. Pior, mostrou com todas as letras as falhas do seu "sisteminha" de pensamento.
    É muito fácil atacar as pessoas e as instituições das quais vc não faz parte ou não acredita. Difícil é se safar das incongruências e dos paradoxos das suas próprias palavras. Esse texto tem cheiro de "molecagem" e nem de longe demonstra ser um discurso de quem se diz um sério estudioso sobre um determinado assunto.
    Bom, o fato é que eu e, acredito, 99,99% da população mundial não concordaria em viver sob o jugo desse sistema fajuto que vc descreveu nesse texto ridículo e instigador do apartheid social e da intolerância. O tal do Ivan diz que a família comunista seria guiada pelo "amor". Que amor é este? Há tantas formas de amor que até mesmo as "Justiceiras do Funk" podem te ensinar uma forma nova...Ou será que o amor que deve guiar essa nova e anômala família deve ser aquele que VOCÊ idealizou? Para o inferno com essa arrogante e limitada forma de marxismo que você teceu mediante a leitura de meia dúzia de livros do século XIX!!! Eu e minhas ideologias não costumam ser tão petulantes ao ponto de ditar ao meu próximo o que é o amor ou o que é o certo e o errado como você ingenuamente o faz. Ainda bem para o mundo que vc é só o Saymon, e apenas ele mesmo, embora nossa história estar repleta de personagens abominantes que trazem uma certa e fatídica semelhança com o seu cérebro marxista anacrônico...
    Aliás, se vc se diz comunista mesmo e adora criticar as instituições "burguesas", por que vc não se desliga do seu mestrado em história da UNESP? Afinal, a UNESP é uma instituição do ESTADO BURGUÊS. Não seja paradoxal, procure alguma faculdade fundada sob os ditames do mercado (ex. alguma UNIMERDA por aí) e comece a sua revolução solitária por ali ao deixar de pagar a mensalidade como forma de protesto ao sistema instituído! Não me venha usar do aparelho estatal apenas porque lhe convém. Ou melhor, queime seu diploma de graduação e interrompa o mestrado. Queime-os e rompa com o saber instituído, embasado em graus acadêmicos. Você sabe e pode mais do que isso, afinal, você é superior, não é mesmo? O bom comunista não precisa deles, basta acreditar no amor! Esse Ivan com cara de rippie americano que o diga!
    Se o seu "sisteminha" comunista já começa sendo intolerante, como será que ele irá terminar?

    ResponderExcluir
  6. Prezado Rafinha, realmente acho que não fui compreendido ou não me fiz compreender corretamente.
    Em primeiro lugar o blog não é usado geralmente para textos acadêmicos, apesar de alguns bons textos mais bem fundamentados do Eduardo. Como você já brincou comigo nos textos que postou, minha intenção foi apenas brincar com você, fazer uma provocação e não ofender. Aliás, acho que qualquer um que leu percebe que não é ofensa, só um esteriótipo usado claramente para te "encher o saco". Sinceramente, lamento se ofendi. Como sei que não aprecia esse tipo de brincadeira, a partir de agora não mais o citarei em meus textos.
    Em segundo lugar, não entendo certas acusações. Todos colegas do blog postam suas idéas, seus entendimentos de mundo e nunca ninguém os chama de intolerantes. Agora, só porque tenho uma outra concepção de sociedade não posso expressá-la sob o risco de ser chamado de intolerante? Aceito, escuto, compreendo as idéias de todos colegas, sou tolerante e democrático não apenas na teoria, mas na prática do dia-dia. Nunca quis impor nada, só uso a palavra para advogar minhas idéias. Em momento algum disse que sou o dono da verdade, ou que apenas eu tenho o direito de falar para ser chamado de intolerante, longe disso.
    Quanto ao texto, apesar de ser de certa forma até simplório, foi uma forma que encontrei para expor de forma a pessoas de diferentes formações entender, uma acusação que até hoje é feita aos comunistas, ou seja, a de quererem destruir a família.
    Pessoalmente acho que o atual modelo familiar é fundado mais em interesses econômicos e opressão que qualquer outra coisa. Realmente acredito que uma sociedade com economia planificada, com uma apropriação mais igualitária da renda, seja um avanço frente a essa sociedade capitalista pautada no consumo desenfreado e na ganância pelo lucro. Porém, nunca preguei destruição, repressão ou qualquer forma de violência, seja ela verbal ou física, contra quem pensa diferente.
    Quem me conhece sabe que sou um pacifista, sou pelo convencimento e educação e conciliação, e não pela força e repressão. Claro que o uso desses mecanismos de repressão são usados cotidianamente e não pdemos negar tal fato.
    Quanto á eu largar meu mestrado para ser mais coerente com minhas convicções, acho que está equivocado. O marxismo defende a tomada do Estado e de todas as conquistas da sociedade capitalista para construir a partir daí, e não sob escombros, uma nova sociedade. Nesse sentido acho que não chegou a compreender muito bem o marxismo.
    E mais, vivo em uma sociedade capitalista e por mais que eu faça para ser coerente com meus ideais, preciso subsistir, além de ser uma pessoa repleta de falhas. Pense você, que é católico cristão, se conseguiria viver na plenitude os ensinamentos cristãos. Teria que largar muita coisa que preza.
    Bom, espero ter esclarecido o que realmente desejei expressar e me desculpo por usar seu nome como brincadeira e provocaão, não mais o farei. Quanto ao meu nome, usem como desejarem e se desejarem, pois sou tolerante e democratico.
    Só peço que reflitam sobre uma coisa, mais uma vez. Porque me chamam de intolerante apenas por expressar minhas déias? Vocês fazem o mesmo com suas ideologias e nunca fiz a menor menção de intolerância. Será que sou realmentge eu que sou intolerante?
    Mais uma vez desculpe pelo seu nome.

    Saimov

    ResponderExcluir
  7. Hum..., parece que o Saimov se refere a minha pessoa em determinado ponto de sua tréplica desesperada. Só agora percebi. Não tinha lido este trecho ainda. Não sei quem é o anônimo, não mesmo. Mas seja quem for saiu-se vencedor nesta arenga. E o Rafa terminou a surra com o golpe ninja "In Your Face"! Desculpe Saimov, repita: não fui feliz nessa... Dúdis Tozinsky Cobain, o articulador injustiçado.

    ResponderExcluir
  8. Caro Dud's Cobain, respeito sua opinião mas não é tréplica desesperada. Só me desculpei por ter usado o nome do Rafinha pra "encher o saco dele" e zuar. Sustento tudo que disse e acho que não há como definir que venceu ou perdeu a discussão, mesmo porque não é esse o objetivo. A única coisa que me estranha nisso tudo é a acusação de autoritário, parece que qualquer opinião digergente das políticamente corretas são rotuladas assim. Creio que o anônimo só berrou, berrou e não argumentou e o Rafinha não compreendeu nada. Realmente acho que o modelo familiar atual, em geral, está fundado em laços econômicos mais que qualquer outra coisa...Mas, acho que já deixei isso bem claro...Valeu pela intervenção., abraço.
    Saimov

    ResponderExcluir
  9. Caro Saymon, todos os frequentadores do banquinho e mesmo os leitores aqui do blog sabem que brinco e tiro sarro em todo mundo e nunca me importei de ser a pessoa mais perseguida por aqui, seja pelas minhas brincadeiras ou pelo fato de ser católico ou até mesmo de ter cursado Direito.
    O fato que me deixou realmente irritado é que no seu texto vc simplesmente deixou de lado a brincadeira e teceu uma caricatura minha que não pode ser vista como uma forma brincalhona de "encher o saco". O que incomoda é a forma simplória de se analisar a Igreja Católica e ao mesmo tempo a sua ingenuidade ao elaborar sua concepção de mundo comunista. E não me venha com essa de que eu não entendi o seu texto ou que não entendo nada de marxismo. Posso não ter lido Trotsky ou Lennin como vc o fez (graças à Deus eu não os li!), mas dizer isso é mais uma vez subestimar minha compreensão de mundo e minha capacidade de articular argumentos diante da leitura de um texto. Eu compreendi sim o seu texto e o vejo mais como uma brincadeira de mal gosto e um ato falho seu em expressar ideais um tanto quanto autoritários.
    Eu não usaria em sua defesa o argumento de vc ter sido injustiçado e censurado aqui no blog ao expressar suas ideias de forma livre e pacífica. Prefiro dizer e acreditar que vc REALMENTE confunde autoritarismo com liberdade ao demonstrar os meios dos quais vc se utilizaria para chegar a sua excelsa noção de liberdade e igualdade comunista.
    Como eu disse anteriormente, vc cometeu um ato falho. Na sua noção planificada de mundo, o "amor" é o caminho para se chegar à família perfeita (entenda-se família comunista). O seu personagem Ivan, Hippie americano da década de 1960, meio soviético, meio Bob Marley, meio Martin Luther King, meio inocente, falou sobre esse amor, mas quem é ele (ou você) para impor essa noção a toda uma nação, quiçá ao mundo? Como é possível reduzir toda a humanidade a uma noção pré-estabelecida do que seja o amor ou a igualdade ou qualquer outro conceito? O seu projeto de mundo, sua visão do comunismo passa a ser autoritária quando você acredita nessa possibilidade. E com isso você passa de uma pessoa bem intencionada em resolver os problemas materiais da humanidade a um desprezível autoritarista num tempo mais curto do que foi necessário para você se convencer dessa falácia. Só você ainda não enxergou isso, então, acho que só você não compreendeu ainda o seu próprio texto...

    ResponderExcluir
  10. Ah, a única "revisão" que faço em tudo o que escrevi é a ortográfica, pois estava relendo e ví a quantidade de erros de digitação.
    Mas gostaria de deixar uma pergunta ao anônimo e ao Rafinha. Em que sentido sou ou fui intolerante? Apenas não expus meu ponto de vista como todos fazem nesse blog? Preguei a morte de alguém ou a privação de liberdade de outrem que pensa de forma diferente da minha? Acho que não.
    Aliás, Rafinha e anônimo só responderam com injúrias e não com argumentos.
    O que penso é que esses dois críticos, quando escutam alguma defesa do socialismo, marxismo ou comunismo, logo pensam no esteriótipo da União Soviética sob Stalin, que longe de ser a única representação da tentativa de construção do socialismo, já carregava uma secular cultura política autoritária.
    É interessante que qualquer argumento de defesa do socialismo seja tachado de retrógrado e anacrônico sempre com os mesmos lugares comuns e argumentos caducos de décadas atrás. Os críticos também não primam pela originalidade.
    Mas entendo como deve ser um insulto para alguns a idéia de uma família forjada sob a livre união de cidadãos livres e iguais, em direitos e de fato. Uma família onde a mulher não se sinta presa ao marido por não conseguir prover sua subsistência sem ele. Uma família onde a mulher possa explorar todas suas potencialidades intelectuais e não ficar apenas restrita as atividades do lar. Uma família onde os filhos não fiquem como urubus desejando a carniça do pai para degladiarem-se pela herança. Uma família onde as pessoas não se unam cinicamente por interesses financeiros.Uma família onde independende de ser hetero ou homo, seja respeitada em direitos e deveres Enfim, uma família que não tenha por cerne a propriedade privada e o direito a herança.
    Talves seja mesmo estranho à alguns a palavra amor como único vínculo marital.
    A mim não é, aliás é um ideal ao qual dou e pretendo continuar dando meus "tijolinhos" para ajudar a construir. Agora se os colegas acham que isso é autoritarismo, eu lamento.
    Sou socialista marxista sim, e não me envergonho e nem nego isso. Só lamento que muitos críticos dessa ideologia não entendam seu caráter libertário e que suas versões autoritárias foram mais o fruto das sociedades onde foram forjadas do que de algo inerente á ela.
    Os que dizem que o socialismo-marxismo está superado, não se esqueçam que o moderno sistema de produção ainda não resolveu, e provavelmente não resolverá, grandes dilemas como a fome, a exploração, a opressão econômica, enfim, toda miséria perpetrada por esse sistema que tem por unica finalidade o lucro. E mais, com esse nível desinfreado de produção e consumo, provavelmente em algumas décadas, para ser otimista, nossa espécie de macacos nús não estará mais sobre a Terra para discutir marxismo, capitalismo ou qualquer outro "ismo".
    Ao prezado Rafinha que me criticou como incoerente por querer subsistir de uma forma digna no capitalismo, podia levar seu cristianismo as últimas consequências e "dar a outra face" e largar todos os bens materiais para a caridade.
    Quanto a mim, o marxismo não prega a miséria e nem a rejeição ao Estado, ao menos de imediato, mas sim a sua apropriação e transformação.
    Finalizando, não devia responder mais vou, tenho moral suficiente para defender tudo que defendi. Ao contrário de muitos, sei o que é exploração e mais-valia na prática. Vivi isso em fábricas, descarregando caminhão aos catorze anos, em lojas...Larguei oportunidades financeiras para viver e lutar de acordo com meus ideais e isso nem todos podem dizer.
    Como já estou cansado de tentar explicar, isso é o que eu, um simples Saymon, como disse Rafinha, e tantos outros como eu, defendo e acredito ser pressupostos para um mundo mais digno, igualitário e de possibilidades para todos. Luto e lutarei por meus ideais com palavras e atos. Como vocês tem o direito, e o exercem, de defenderem suas visões de mundo, respeitem também o meu.

    Saimov, um simples Saymon, marxista, anacrônico e com a cabela cheia de merda, como me rotularam

    ResponderExcluir
  11. "Na sua noção planificada de mundo, o "amor" é o caminho para se chegar à família perfeita (entenda-se família comunista)."

    Note Rafinha, que inverteu meu argumento. O que afirmei é que no socialismo as famílias não mais se formarão por interesses econômicos. Não gosto de colocar nesses termos, mas o mais próximo do que eu disse seria o socialismo como caminho para se chegar à essa familia de novo tipo. Ah, em momento algum disse "família perfeita". Isso foi com você.

    "Como é possível reduzir toda a humanidade a uma noção pré-estabelecida do que seja o amor ou a igualdade ou qualquer outro conceito? O seu projeto de mundo, sua visão do comunismo passa a ser autoritária quando você acredita nessa possibilidade."

    Primeiro Rafinha, ao contrário da maioria das religiões que buscam reduzir todos aos seus ensinamentos para serem salvos, não quero reduzir ninguém a minha visão de mundo. Porém, como vivo em comunidade e tudo que se passa ao meu redor me afeta como indivíduo, me sinto no direito de dar minha contribuição ou opinião para construir um mundo que acredito ser mais equilibrado. A palavra chave é construção, então, como disse anteriormente, apesar de diretrizes gerais, os projetos vão sendo construidos passo a passo, de acordo com as condições de tempo e lugar. A idéia não é reduzir ninguém à um mundo gestado em minha maligna mente de "grande irmão", mas sim levantar propostas, idéias, que se intercambiarão com outras tantas e em determinado momento poderão se tornar hegemônicas. Não intercambios apenas de idéias, mas de práticas, posto que estão orgânicamente ligadas.
    Não se esqueça, prezado Rafinha, vivemos em comunidade e não em ilhas isoladas. Tudo está em intercâmbio, o mundo me afeta e eu afeto o mundo, isso é dialética. Dessa forma ,não posso ser tachado de autoritário por ter um "projeto de mundo" e expo-lo nesse mundo que me afeta...Se assim for, poucas pessoas se salvarão do seu rótulo de autoritarismo. Aliás, acho que o rótulo é que é autoritário e castrador.
    A partir desse seu conceito um tanto elástico de autoritarismo, posso pinça centenas de trechos de textos, inclusive seus, nesse blog, e uma infinidade em textos dos "10 mais democraticos da humanidade", que você escolher, e classificar como autoritarismo.

    Saimov

    ResponderExcluir
  12. Como eu disse, Saymon, o seu problema não é a sua visão de mundo ou os seus ideais, mas sim os meios dos quais vc se utiliza para afirmá-los...Isso sim faz com que algumas pessoas possam olhar para vc e entendê-lo como autoritário (e com razão!).
    Mas parece que vc não fará essa crítica, o que parece é que vc vai continuar a acreditar que atingiu o conhecimento mais puro e mais adequado para a humanidade e vai permanecer com ele, intacto, imóvel, congelado.

    ResponderExcluir
  13. Srº Saimov leia as porcarias que escreveu com atenção, e tente entender o que significam com o auxílio das perguntas subsequentes:

    - “O fim da família burguesa”. Isto é uma previsão, um desejo seu, ou uma ameaça? Responda:

    - “Em segundo lugar, não queremos acabar com a família, mas sim com a família burguesa”. Vai “acabar” com a SUA família também? Você e mais qual exército, seu trouxa? Pois você é burguês dos mais mimados, como todos os que já o viram percebem. Outra questão: vais acabar com teus filhos, esposa, pai e mãe se os têm ainda? Eles sabem de suas intenções?
    Responda:

    - “Queremos uma família de um novo tipo”. Qual tipologia você usa para classificar famílias, ou para você só existe a bi-polarização ‘comunista-burguesa’? Responda:

    - “(...) as pessoas se unirão ou viverão juntos apenas por afinidades, projetos em comum, por amor, é isso. Uma família fundada no amor, pessoas livres, sem nenhum interesse econômico se unindo por amor. Essa é a família que nós comunistas queremos”. As pessoas já não se casam por afinidade? Já não são livres? Ser “livre” é um processo sem fim? Quando uma pessoa pode considerar-se livre no seu entendimento? As pessoas já não se casam por amor? Você, por exemplo, nasceu do interesse econômico entre duas pessoas, ou é a representação de um ato de amor entre elas? Responda:

    - “A mulher poderá se separar do homem quando desejar, sem medo de passar necessidades; o filho do pai; os casais não se formaram por interesses financeiros, enfim, uma família de novo tipo”. A mulher-mãe de família, em nossa sociedade, já possui instrumentos jurídicos, “superestruturas”, que a protegem razoavelmente das dificuldades de uma separação conjugal. O que mais você pretende instituir? O “Bolsa Divorciada”? Responda:


    - “Ora Mr. Warrior, como disse, será uma união de pessoas livres em um estado laico, camaradas iguais perante a lei, independente de sexo, cor da pele, orientação sexual, e iguais de fato, não apenas em teoria. As pessoas se unirão conforme melhor aprouver, cada um será feliz a sua maneira” As coisas já estão caminhando neste sentido há um bom tempo Srº Saimov. E são os neo-liberais que estão conduzindo as coisas, que cita, neste sentido. O que mesmo você propôs de novo afinal? A única coisa nova que veio de seu blá blá blá é o “extermínio” (ACABAR !) da família burguesa. Responda:

    - Agora responda a você mesmo: “Em que sentido sou ou fui intolerante? Preguei a morte de alguém ou a privação de liberdade de outrem que pensa de forma diferente da minha? Acho que não”. Mas o dar uma solução final para a família burguesa não lhe parece intolerância? Acho que não conhece a História do séc. XX suficientemente. Responda:

    Pense bem antes de postar intolerância e violência na net meu chapa.

    ResponderExcluir
  14. Caro anônimo, sinceramente não sei como alguém alfabetizado pode distorcer tanto ou ignorar tanta coisa como você. Mas vamos lá:
    Quanto a sua primeira pergunta, o "fim da família burguesa" não é nem previsão nem ameaça...Só sua mente capciosa pode pensar assim. Apenas disse que é uma decorrência do socialismo e claro, é algo que defendo. Aliás, meu texto postado tinha por principal objetivo apenas mostrar que os comunistas, ac contrário do que eram acusados, não queriam acabar com a família em sí. Antes dos milicos derrubarem o governo Goulart em 1964, era comum a propaganda dizendo que os comunistas quereiam acabar com a família, nesse sentido, apenas expus que o objetivo não era bem esse, como pode perceber.
    Quanto a segunda questão, me parece óbvio que em uma sociedade socialista eu também estaria incluído. Não teria direito à herança e nem a propriedade privada.

    "Outra questão: vais acabar com teus filhos, esposa, pai e mãe se os têm ainda? Eles sabem de suas intenções?"

    Cara, você é louco, idiota ou o quê? O que isso tem a ver com o assunto? Acabar com uma instituição não é exterminar pessoas seu animal. Acabar com a corrupção não significa matar os corruptos, acabar com a propriedade privada não é matar priprietários, achei que havia deixado isso bem claro. A família continuará existindo, sendo formada como cada um desejar,apenas não mais fundada na propriedade privada.
    Quanto a tipologia de faamílias, é obvio também que não existe bi-polarização. As organizações familiares estão inseridas no todo social e por ele são condicionadas e o condicionam. A família na França Feudal era de um típo, os laços na Grécia Antiga de outro, no capitalismo, apesar de toda heterogeneidade, tem suas especificidades, e claro que em um outro sistema econômico ela também será diferente.
    Quanto ao restante de sua ladainha, primeiro acho que nunca se preocupou em compreender o Brasil e o mundo para além da região econômica e socialmente privilegiada em que vive. Em segundo lugar, em uma sociedade socialista, com o fim da propriedade privada e do direito à herança, é óbvio que a organização familiar teria novos fundamentos, e que no meu entender resolveriam muitas questões que o capitalismo só consegue dar soluções paliativas o minimizar.
    Por fim, tenho que recohecer uma coisa, apesar de muitas divergências que tenho com o Rafinha tenho muito respeito por ele. Ele não se esconde por trás do anonimato para ficar fazendo ataques pessoais, tem hombridade suficiente para dizer o que pensa sem esse recurso covarde para nossa ocasião. É estranho te responder, pois sei que possivelmente a mesma pessoa que passa do debate a ofensa pessoal é a mesma que me da tapinhas nas costas...
    Como percebi que distorce o que digo e faz questão de não compreender o óbvio, como percebo que tem por único objetivo a provocação covarde e baixa, vou exercer meu direito de não mais responde-lo

    Saimov

    ResponderExcluir
  15. E por fim, dada a confusão que estão fazendo com o que escrevi, acho por bem alguns esclarecimentos de forma bastante clara e didática:

    1- O que escrevi foi em parte uma brincadeira com o Rafinha, estava apenas provocando-o, enchendo-o, e para isso usei o esteriótipo. Minha intensão não foi ofende-lo ou reduzi-lo ao esteriótipo, mas tão somente "brincar", mesmo porque acho que ele tem auto-estima suficiente para não se ofender. Se errei meu julgamento do que é brincadeira ou não, ja me desculpei.

    2- O outro objetivo do texto foi esclarecer algo que geralmente é deturpado. Os comunistas sempre foram acusados de quererem destruir a família (comer criancinhas e outros tantos absurdos). Nesse sentido, apenas esclareci que não querem destruir a família como um todo, mas com o fim da propriedade privada consequentemente o modelo familiar seria consideravelmente modificado.

    3- Não estou defendendo extermínio de ninguém e acho que isso sim, foi maldosamente colocado. Meu texto não dá subsídio algum para tal. O que digo é que à uma sociedade socialista corresponde um novo modelo de organização familiar, com o fim da propriedade privada o atual modelo familiar seria destruído (NÃO FISICAMENTE), mas como instituição.

    4- Não defendo a "abolição da familia burguesa" de forma abrupta, fisicamente violenta e de forma autoritária. Apenas disse uma obviedade, ou seja, que em uma sociedade socialista o modelo atual de família seria destruído (novamente, NÃO FISICAMENTE) ou se preferirem, mofificado.

    5- Claro que como acredito ser o socialismo uma forma mais racional de organização econômica e social, é óbvio que também acho que o modelo familiar sem propriedade privada estaria livre de muitas das "distorções" atuais.

    Espero ter esclarecido os objetivos de minha postagem e respoderei a todas questões não anônimas. Só não ficarei mais me justificando sobre pontos maldosamente distorcidos ou ofensas pessoais de provocadores anônimos.
    Mais uma vez reintero que acredito ser o socialismo uma forma mais avançada de organização social e por consequência, e não antes, a família dele decorrida também. E mais uma vez me desculpo pelo uso do nome do Rafinha na no texto, que me prontifico a retirar se ele assim o desejar.

    Saimov

    ResponderExcluir