terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O VELHO CONTO DA TORRE GRÁTIS

Tem gente que ainda hoje cai no conto do bilhete premiado, outros se perdem no golpe do celular, no do prêmio do Faustão, no conto do vigário e mesmo no conto da carochinha. Existe inocente pra tudo nesse mundo. Mauricinho, a raposa velha do Banquinho do Xadrez, caiu no velho e manjado truque da torre grátis. Como de costume já ensaiava o Allegro ma non troppo da risadinha irritante. Contava aos quatro ventos como daria o mate em Saimov. Mas jogou olhando apenas seus próprios movimentos, ignorou as manobras do adversário. Quando tinha todas suas peças no ataque, exceto a torre que defendia o rei negro (e que de uma forma bastante efetiva também atacava), foi acometido por uma verdadeira epifania, se sentindo o Todo Poderoso Zeus do Olimpo e adjacências.
Eis que Saimov “entrega” sua torre em um gesto magnânimo. O tarado das torres não pensou duas vezes e com aquele tom debochado disse: “eu tomo”. Tomou! E tomou mesmo! Só não posso dizer onde, mas imaginem o quanto doeu. Quando tomou a torre de Saimov com sua torre da coluna do rei, Saimov simplesmente desceu com a dama. É interessante a capacidade “camaleônica” da fisionomia humana. “De repente do riso fez-se o pranto/ De repente, não mas que de repente”. As bochechas coradas desbotaram-se, o bigode em riste ficou como orelha de vira-lata abandonado e a risadinha irônica transformou-se em um “não entendi de onde veio a porrada”.
-” Fala Muito Mauricinho. Fala muito criança”.

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